DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

SNCT chega à sua 22ª edição priorizando a defesa das águas e o combate às mudanças climáticas. Programação é gratuita e se encerra no domingo

 

A UnB levou projetos de extensão, pesquisas e empresas juniores à 22ª SNCT. A curadoria priorizou iniciativas alinhadas à temática do evento. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A Universidade de Brasília participa da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O megaevento da agenda científica brasileira acontece neste ano, de 21 a 26 de outubro, com programação em todo o país. No Distrito Federal, as atividades concentram-se na Esplanada dos Ministérios. Nesta edição, o evento convida a população a refletir sobre a relação entre o ambiente marinho, as mudanças climáticas e os territórios, sob o tema Planeta Água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território.

 

A UnB levou 24 projetos, entre pesquisas, ações de extensão e empresas juniores. O analista de negócios do Parque Científico e Tecnológico da Universidade de Brasília (PCTec/UnB), Bruno Goulart, explica que a seleção dos projetos que representam a Universidade na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ocorreu por meio de chamada interna. Segundo ele, a curadoria priorizou iniciativas alinhadas à temática da edição deste ano, que destaca o papel dos oceanos e da água no enfrentamento das mudanças climáticas.

 

Bruno Goulart destaca que os projetos são, em sua maioria, de ciência básica e pesquisa aplicada, e foram pensados especialmente para dialogar com o público escolar. A ideia é aproximar crianças e jovens do universo científico e despertar o interesse pela pesquisa. “Os projetos tratam de temas como preservação dos recursos hídricos, fauna, flora, ictiofauna e tratamento da água. Tudo foi pensado para atender os alunos das escolas do Distrito Federal e região, que são o público principal da feira.”

 

CIÊNCIA – Os projetos apresentados pela Universidade de Brasília na 22ª SNCT revezaram-se ao longo dos dias de evento, permitindo que diferentes grupos mostrassem suas iniciativas ao público. Entre eles estava o Filtragem sustentável da água. O projeto propõe uma alternativa inovadora para a remoção de microplásticos da água, utilizando um material produzido em impressora 3D que atua com base em propriedades eletrostáticas.

 

O estudante Moisés Rincón, do quinto semestre de Física, integrou a equipe responsável pela apresentação e explicou o funcionamento do filtro. Ele revela que o material é feito de poliamida, um tipo especial de plástico. “Pode parecer contraditório usar plástico para filtrar plástico, mas esse é um material especial, que não gera micropartículas. O filtro tem um formato específico e funciona por eletricidade estática: quando colocamos o cubo na água, ele atrai e absorve os microplásticos, permitindo que a água seja limpa sem causar novos impactos”, detalha. 

O estudante de física Moisés Rincón participa da equipe do projeto Filtragem sustentável da água, que usa eletromagnetismo para retirar microplástico da água. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

O projeto Bio na rua chamou a atenção do público mais jovem. A iniciativa, vinculada ao Instituto de Ciências Biológicas, é um museu itinerante, cujo objetivo é aproximar a ciência do cotidiano dos estudantes, estimular o interesse pela conservação ambiental e quebrar mitos sobre a fauna brasileira. “Levamos peças de animais para as escolas, mostramos o nome, os hábitos e a importância de cada espécie. As crianças ficam impressionadas, fazem muitas perguntas – querem saber se os animais são de verdade, se podem tocar”, explica a estudante Letícia Geovana, do sexto semestre do curso de Ciências Biológicas (bacharelado).

 

A Universidade de Brasília apresentou também o projeto Produção orgânica e sustentabilidade, vinculado ao Centro Vocacional Tecnológico (CVT) em Agroecologia e Agricultura Orgânica, da Fazenda Água Limpa (FAL) – espaço experimental da UnB dedicado à pesquisa e à formação em práticas sustentáveis. A servidora Lícia Oliveira, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), explicou que o grupo levou duas iniciativas principais: uma voltada ao cultivo e estudo de plantas medicinais, e outra focada no reaproveitamento de resíduos orgânicos, como as cascas de pequi, transformadas em compostos e adubos naturais.

 

“Nós trabalhamos com pesquisa e extensão. Na pesquisa, desenvolvemos estudos sobre plantas medicinais e compostagem orgânica, com participação de estudantes de pós-graduação e Pibic. Na extensão, promovemos formações e visitas à Fazenda Água Limpa para que a comunidade conheça como é feita a produção orgânica e aprenda a realizar compostagem em casa”, conta Lícia Oliveira.

 

Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a Universidade de Brasília recebeu estudantes de diferentes escolas do Distrito Federal, que tiveram a oportunidade de conhecer projetos de pesquisa e inovação de perto. Entre eles estava Maria Clara Pereira, do sétimo ano do CEF 06 de Brasília, que visitou o estande da Universidade acompanhada de colegas da escola. “Tem filtro de microplástico, adubos diferentes e experimentos que mostram como a água muda de cor e gera energia”, disse, ao enumerar os projetos preferidos. 

O projeto Bio na rua é um museu itinerante que leva ciência para as escolas do DF. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

São estes os projetos que a UnB levou à 22ª SNCT: Química Tecnológica; Escola Cidadã na Prevenção às Arboviroses; Tecnologia de Sementes Florestais do Cerrado; Bio na Rua; Finatec; Projeto Gemini 2026; Grupo de Estudos sobre China (Gechina); Acidificação das Águas dos Mares; AquaSmart; Laboratório de Uso de Drones na Agricultura; Equipe Droid; Zenit Aerospace; Produção Orgânica e Sustentabilidade; Fungos: Conhecendo o Invisível; Filtragem Sustentável da Água; PET Agronomia; Einstein Jr.; INCT Caleidóscópio – MEInstruAção; LCBNano; Cerrado: Berço das Cavernas; Edubot; Cris+; Fito Test; e Plantando com Ciência.

 

SNTC – A Feira de Ciência e Tecnologia é o principal espaço da SNCT 2025. O evento reúne instituições vinculadas ao MCTI e parceiras em estandes temáticos. A programação inclui experiências imersivas e atividades interativas que aproximam o público da ciência brasileira. O público também pode visitar exposições e participar de ações interativas, como o Concurso de Maquetes do programa Mais Ciência nas Escolas, que valoriza o protagonismo dos estudantes da educação básica.

 

O auditório Oceano sedia palestras e debates sobre cultura oceânica e mudanças climáticas. A SNCT também abriga o Seminário Internacional de Popularização da Ciência, que reúne especialistas, comunicadores, gestores e representantes de países como Alemanha, Estados Unidos, Noruega, Itália, Cuba, China, México e Portugal, para debater cooperação científica e estratégias globais de divulgação da ciência.

 

A temática oceânica ganhou destaque internacional com a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e coordenada pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI/Unesco). Inserida nesse contexto, a SNCT 2025 reforça o papel do Brasil nos debates sobre clima e sustentabilidade marinha.

 

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é promovida pelo MCTI, sob coordenação da Secretaria de Difusão e Popularização da Ciência (Sedes), e conta com o patrocínio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Huawei do Brasil, Caixa Econômica Federal, Positivo Tecnologia, Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), Banco do Nordeste (BNB), Conselho Federal de Química (CFQ), Embratur, Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br e NIC.br) e Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Aiab).

 

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