SEMANA UNIVERSITÁRIA

Planejamento em prol de um futuro ecologicamente viável reuniu professores e estudantes no Darcy Ribeiro, na FCE, na FGA e na FUP, durante a Semana Universitária

 

Lucijane Monteiro (FUP), Thomas Ludewigs (CDS), Richarlls Martins (Agenda 2030), Paulo Januzzi (IBGE) e Thiago Gehre (IREL) durante II Diálogos sobre ODS, na FUP. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Como parte dos discursos trazidos pela XVII Semana Universitária, que chegou ao fim nesta sexta-feira (27), o evento II Diálogos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) buscou agrupar diferentes perspectivas da comunidade acadêmica nos campi da UnB. Na segunda-feira (23), o debate sobre metas para o futuro esteve no campus Darcy Ribeiro. Na terça-feira (24), foi a vez do campus de Planaltina (FUP) ter sua mobilização. Na quarta (25) e na quinta-feira (26), Gama e Ceilândia trataram do tema, respectivamente.

 

Apresentações sobre as 17 ações de melhorias mundiais arroladas nos ODS em prol do cumprimento da Agenda 2030, debates, rodas de conversas, palestras e oficinas fizeram parte da programação em cada campi. “Um dos objetivos do seminário é fazer essa conexão dos ODS com o conhecimento de uma forma geral dentro da Universidade”, esclarece a professora de Gestão Ambiental e organizadora do debate na FUP, Lucijane Monteiro.

 

Além da discussão, cada campus buscou apresentar e debater em oficinas de que forma cada faculdade está lidando com os objetivos do milênio e quais ações estão indo na direção contrária dos ODS.

 

FUP – Na Faculdade de Planaltina, o principal organizador do II Diálogos sobre ODS na UnB, professor do Instituto de Relações Internacionais (IREL) Thiago Ghere, deu início às atividades com uma apresentação explicando a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Participaram da atividade junto a ele: Richarlls Martins, ativista global social e psicólogo; Thomas Ludewigs, professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da UnB; Paulo Jannuzi, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a professora Lucijane Monteiro.

 

A Agenda 2030 foi acordada em 2015, em Nova Iorque, durante reunião com diversos líderes mundiais na sede da ONU. Trata-se de um plano de ação para melhoria de vida das pessoas, do planeta e para a prosperidade. Os ODS são parte da Agenda. 

 

Antes, haviam os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), que contavam com 8 objetivos, 21 metas e 60 indicadores. Desde 2015, com a adequação dos objetivos, esse número saltou para 17 objetivos, grandes compromissos que quase todos os países do mundo acordaram com a ONU, 169 metas, e 241 indicadores, que servem para tentar medir se as metas indicadas possibilitarão o alcance do objetivo. 

Os estudantes Alysson Rocha, Jhenifer de Jesus, Ana Kátia Pinheiro e Thiago Lemos participaram da Semana Universitária na FUP. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

“Na medida em que se torna isso mais complexo, é possível atingir determinados grupos sociais e políticos que não estavam contemplados. Por outro lado, dificulta a leitura do andamento das ações”, analisa Gehre. 

 

A maior parte do público participante foi composto por estudantes. Houve ainda diálogos sobre gênero, raça e sexualidade, além de oficinas sobre a aplicação dos objetivos dentro da FUP. A estudante Jhenifer de Jesus aprovou a iniciativa. "Foi uma temática muito interessante para acrescentar ao conhecimento do que nós aprendemos no curso de Gestão Ambiental. É sobre pensar na questão social, ambiental e econômica”, disse.

 

FGA – Já na Faculdade do Gama, a oficina de articulação UnB-ODS reuniu representantes docentes e discentes para debater a identificação de problemas e propostas de soluções para a concretização da Agenda 2030. Representantes dos professores expuseram o que já foi feito com o objetivo de alcançar os objetivos e enfatizaram que não há condições de prosseguir caso a faculdade deixe de olhar para si.

 

“Temos projetos de alto nível alinhados com os ODS, mas enquanto não resolvermos nossos problemas básicos, não é possível avançar”, ressaltou a professora de Engenharia de Energia, Vitória Ferrari.

 

“Não adianta buscarmos a sustentabilidade se nossa preocupação de coleta seletiva solidária termina na entrada da instituição, onde ambulantes vendem comida e deixam o lixo para trás”, emendou a professora Josiane Souza, também da Engenharia de Energia. 

Na FGA, debate levou em consideração as limitações estruturais para dar seguimento aos compromissos da Agenda 2030. Foto: Amália Gonçalves/Secom UnB

 

“Os objetivos 16 e 17 [Paz, Justiça e Instituições eficazes; Parcerias e meios de implementação] são centrais para a integralidade das ações no campus do Gama”, ponderou Richarlls Martins, membro do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil do Brasil para a Agenda 2030, que esteve em todas as reuniões.

 

Para as professoras, o principal aliado da instituição no alcance das metas de sustentabilidade é o corpo discente. “O que temos de bom são as pessoas. A mobilização entre os alunos é muito boa e essa parceria nos permite avançar muito”, completou Josiane Souza.

 

FCE – Na Faculdade de Ceilândia, a adesão da comunidade à discussão foi maciça. De acordo com a organizadora local, professora Vanessa Cruvinel, cerca de 120 alunos se juntaram aos docentes na discussão dos ODS. Após a apresentação inicial, 10 projetos de bolsistas do programa Institucional de Bolsa de Extensão (Pibex) apresentaram projetos desenvolvidos no campus em consonância com os objetivos.

 

Logo após, os presentes foram divididos em cinco grupos que, junto dos professores, ramificaram a discussão. Nesse momento, foram abordadas possibilidades e dificuldades que a FCE enfrenta na consecução dos objetivos. Os resultados das discussões giraram em torno dos objetivos 3 e 5 (Saúde e bem-estar; Igualdade de gênero). “Temos 80% de mulheres aqui na FCE e a questão de gênero pode trazer o empoderamento desse público”, defendeu a professora Vanessa Cruvinel.

 

“Se, de fato, tivermos o apoio institucional, temos grandes chances de alcançarmos esses objetivos”, ressaltou. A partir da experiência na XVII SemUni, o Decanato do Extensão (DEX) pretende tornar os ciclos de diálogos sobre os ODS uma atividade permanente de integração da Universidade, contemplando os campi e, depois, o público externo.

 

 

*Estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

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