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Trabalho desenvolvido por programa de extensão da UnB gerou acordo de cooperação envolvendo GDF e Escola de Saúde

 

Reitora Márcia Abrahão elogiou o trabalho desenvolvido na UnB em Ceilândia, que vai gerar frutos em parceria com o Governo de Brasília. Foto: Agência Brasília

 

O programa de extensão Pare, pense, descarte, da Faculdade UnB Ceilândia (FCE), deu origem a uma pesquisa inédita sobre saúde e condições de trabalho de catadores no Lixão da Estrutural – extinto em 2018. O resultado do estudo, que incluiu entrevistas, exames de sangue e de sorologia nos trabalhadores, foi apresentado nesta quinta-feira (26), em cerimônia no Palácio do Buriti.

Durante o evento, foi firmado um acordo de cooperação técnica com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal para que a Universidade e a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), do GDF, sigam monitorando as condições de saúde dos catadores e dando retorno a eles, por meio do Programa de Saúde da Família.

O Pare, pense, descarte existe desde 2010, com diversos focos de ação. O levantamento foi realizado no ano passado, por estudantes e professores da UnB, em parceria com colegas da ESCS. Foram entrevistados 1.083 catadores, que também fizeram exames de sangue e de sorologia.

“Os achados estão dentro do perfil esperado para a população adulta. O que chama a atenção são as condições de trabalho dessas pessoas. A maioria não usa Equipamento de Proteção Individual (EPI) com regularidade e 67% já sofreram algum acidente no local de trabalho”, destaca a professora Carla Pintas, coordenadora do projeto de extensão.

 

Outros números da pesquisa são:

67% dos entrevistados são do sexo feminino e 33%, do masculino

57,6% têm idade entre 31 e 50 anos

87,6% se autodeclararam pretos ou pardos

80% possuem até o ensino fundamental completo

75,4% exercem a função há mais de seis anos e, desse total, 20% atuam há mais de 16 anos na atividade

 

O catador Masec Vidal da Silva, da cooperativa Cooperlimp, elogiou o projeto e a qualidade do retorno dado aos trabalhadores. “Quando o médico vai até você, você trata do problema, previne o aparecimento da doença. Se não, você acaba sempre deixando para depois”, diz.

PARCERIA – A reitora Márcia Abrahão ressaltou o alto nível da pesquisa e o alcance do programa. “Para nós, que lutamos para construir o campus de Ceilândia, é uma alegria ver a extensão do trabalho de nossa comunidade acadêmica”, disse. “Isso só demonstra a importância e o valor do investimento que fizemos ao expandir a UnB para além do Plano Piloto.”

Professora Carla Pintas, coordenadora do projeto de extensão Pare, pense, descarte, apresentou os números da pesquisa. Foto: Agência Brasília

 

O diretor da FCE, Araken Rodrigues, destacou que o programa Pare, pense, descarte tem várias frentes de atuação e promove a interdisciplinaridade entre professores e estudantes da faculdade. “É também uma grande oportunidade de aprendizado, porque traz visibilidade a um grupo populacional muito marginalizado. Os alunos têm a chance de vê-los de uma forma totalmente diferente”, destacou.

O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, ressaltou a parceria com a UnB e a continuidade do trabalho junto aos catadores. “Com o levantamento, temos elementos concretos para fortalecer o trabalho da Secretaria de Saúde junto a essas famílias para que elas possam ter uma vida cada vez melhor”, afirmou.

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