OLIMPÍADA BIÔNICA

Equipe que participará de competição internacional para pessoas com deficiência cria página de financiamento coletivo para arrecadar dinheiro para a viagem à Suíça

 

Foto: Beatriz Ferraz / Secom UnB


O grupo de pesquisa Empoderamento, Mobilidade e Autonomia da Universidade de Brasília (EMA/NTAAI) conquistou vaga para participar, em outubro, na Suíça, do Cybathlon ou Olimpíada Biônica, a primeira competição para atletas com deficiência que promove o uso de alta tecnologia. Fisioterapeutas e engenheiros desenvolveram um triciclo que usa estímulos elétricos para movimentar as pernas de quem sofre de paraplegia: a EmaTrike. Esta será a única equipe latino-americana a participar da prova.

 

Para arrecadar parte do dinheiro que será usado para cobrir gastos da viagem, eles criaram uma página de financiamento coletivo na internet. Em 25 dias, 162 pessoas doaram cerca de R$ 14 mil. A meta é arrecadar R$ 21.350 até final de agosto. A campanha, segundo o grupo, pode ficar mais ou menos tempo no ar a depender de patrocinadores. "Apoiar esse projeto significa apoiar a ciência brasileira", reforça George Brindeiro, um dos pesquisadores.

 

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Ainda este mês, será selecionado o piloto que vai representar a UnB na competição. Com ele, viajam um fisioterapeuta, um responsável técnico e o coordenador de equipe. “Na categoria ciclismo com estimulação elétrica, ganha quem completar em menos tempo a prova de mil metros", explica o professor Antônio Padilha.

 

Segundo ele, o objetivo da competição é testar as últimas tecnologias criadas para ajudar pessoas com algum tipo de deficiência. O docente avalia que é uma boa oportunidade para mostrar a Trike, trocar experiências com outros pesquisadores e achar investidores.

 

“A construção do protótipo já foi uma vitória. Ao receber estímulos elétricos nas pernas, um paraplégico pode pedalar por até uma hora”, diz Lucas Fonseca, doutorando em Engenharia Elétrica com ênfase em Engenharia Biomédica na UnB e integrante do grupo de pesquisa.

 

Ele cita alguns benefícios para a vida do paciente. “Além de oferecer mobilidade, pedalar também melhora a circulação sanguínea, a capacidade respiratória e o tônus muscular, por exemplo.” Em Brasília, a Trike está disponível na Universidade e no Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe).

 

Confira reportagem da UnBTV sobre a competição:

 

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