EXTENSÃO

Com o tema A matemática está em tudo, programação traz inovações para o público. Atividades seguem até domingo (29)

 

Até o próximo domingo (29), a Universidade de Brasília, juntamente com outras instituições, participa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNTC) 2017. Mostras, palestras e oficinas estão abertas ao público no Parque de Exposições do Parque da Cidade.

 

A edição deste ano segue a temática do Biênio Gomes de Sousa da Matemática, que compreende 2017 e 2018. Instituída por lei, o período pretende popularizar a área de conhecimento por meio da oferta de atividades de ensino que sejam prazerosas aos públicos envolvidos, incentivando o estudo da Matemática e os raciocínios lógico e abstrato.

 

Dejaime de Oliveira, formando de licenciatura em Computação, área correlata, participa das ações da SNTC no espaço de exposição destinado ao Instituto de Ciências Exatas (IE) da UnB. Ele propõe uma migração do caderno de jogos do Pacto Nacional pela Alfabetização da Idade Certa (PNAIC) para plataformas digitais. A ideia é tema do seu trabalho de conclusão de curso.

Jogos que estimulam raciocínio lógico fazem parte da estratégia para tornar ensino da Matemática mais atrativo. Foto: Amália Gonçalves/Secom UnB

 

O aplicativo, desenvolvido em software livre e que pode ser disponibilizado de forma gratuita, consiste em um jogo digital, que permite aos jovens estudantes a chance de treinarem operações básicas.

 

“Pela programação, temos controle das operações propostas. Assim, elas não se repetem e o aluno precisa necessariamente fazer todas as continhas para passar as fases”, explica Oliveira.

 

“Outro uso do aplicativo é como ferramenta pedagógica, mostrando ao docente os principais erros dos alunos e podendo subsidiar novas estratégias de ensino”, complementa a professora do Departamento de Ciência da Computação (CIC) Letícia Leite, orientadora do trabalho.

 

MENINAS NA COMPUTAÇÃO – Outro destaque no espaço é o Meninas na Computação, projeto desenvolvido por docentes do CIC que busca trazer mais mulheres para esta área e outras afins, onde há predominância masculina.

 

“Nosso projeto leva oficinas de robótica, programação e arduíno para duas escolas públicas atualmente”, explica a professora Aletéia Araújo, uma das coordenadoras do projeto.

 

A ideia do Meninas.comp veio da constatação de baixas taxas de ingresso e permanência de mulheres nos cursos. “Percebemos que, durante o ensino fundamental, há interesse dessas meninas em seguir carreira nessas áreas, mas que, em algum momento do ensino médio, isso se perde. As oficinas vêm para manter esse interesse”, completa a docente.

 

Uma vez por semana, um colégio no Plano Piloto e outro em Valparaíso recebem a visita das integrantes do projeto. Durante as oficinas, alunas como Kailany Rocha conhecem mais o que são os cursos da carreira. “Estou muito feliz. A computação tem seus desafios e esse trabalho foi muito importante para minhas conquistas, porque me fez conhecer e me apaixonar pela programação”, conta a aluna, que entrou no projeto no primeiro ano do ensino médio e agora participa como aluna da Universidade. 

Professora Aletéia Araújo com as alunas de ensino médio Melissa Cardoso, Alice Lima e Paloma Rocha no estande do Meninas.comp na SNTC. Foto: Amália Gonçalves/Secom UnB

 

ENSINO DA MATEMÁTICA – Com jogos coloridos e de formatos variados, o Laboratório de Ensino da Matemática da UnB (Lemat), está oferecendo aos visitantes no Parque da Cidade a oportunidade de conhecer atividades que trabalham de forma lúdica habilidades como o uso de raciocínio lógico e espacial. Um exemplo é a utilização de jogo da modalidade escape the room – espécie de quebra-cabeças lógico em que os participantes precisam resolver desafios sequenciais para vencer.

 

Neste caso, a prova final é a abertura de dois cadeados com números, que são dados aos participantes ao longo do jogo. Os grupos têm, em média, 12 participantes. “Percebemos um fortalecimento das habilidades de cooperação. Além disso, para abrir o cadeado é preciso realizar permutações, e isso é feito sem que eles se dêem conta de que é um trabalho matemático”, conta Rebeca de Miranda, estudante de Matemática e voluntária do Circuito de Vivências, projeto do departamento.

 

Aluno do terceiro semestre de Matemática, Thiago Saad conta que a variação dos jogos tradicionais com um viés matemático torna as atividades mais atrativas para os jovens. “O pentaminó, por exemplo, trabalha raciocínio lógico e áreas de figuras. A resolução depende da criatividade e da lógica do jogador”, analisa. 

 

O estudante tem buscado se inserir em projetos de extensão desde que entrou na UnB. “Busco tornar a matemática mais atraente, transformando um sistema de aprendizado e ensino que é visto como rígido em algo lúdico", explica. "E tenho certeza de que vale a pena insistir. Sem matemática não se faz nada, mas ela se torna difícil quando não é atraente”, conclui.

 

O Instituto de Ciências Exatas organizou um site para informar o público sobre sua participação na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A UnB tem ainda outros projetos inseridos na programação. A lista completa de atividades do evento pode ser acessada no site da SNTC.

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