DIÁLOGO

Plano de gestão apresentado em audiência pública aponta soluções para demandas históricas. Estudantes-atletas participaram de encontro

 

Audiência pública sobre o esporte na Universidade aconteceu na quarta-feira (26), no auditório da Reitoria. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

O auditório da Reitoria contou com boa presença de público na última quarta-feira (26), para a Audiência Pública do Esporte na Universidade de Brasília. O encontro, promovido pela Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA/DAC), esteve voltado à apresentação de propostas institucionais que buscam atender necessidades estruturais da área. Ampliação de editais, parcerias e fortalecimento de clubes estão entre as apostas da gestão, que destaca o papel de protagonismo dos estudantes.

 

A necessidade de criar uma política sólida para o esporte na UnB deu o tom da audiência. “Chamamos vocês para compartilhar essa responsabilidade. Vamos juntos deixar esse legado”, afirmou o decano de Assuntos Comunitários, André Reis, logo na abertura do encontro. Ele destacou o momento propício na administração superior para o envolvimento com o esporte. “Temos um decano e um diretor que vêm da Faculdade de Educação Física”, lembrou, ao relatar a própria trajetória e a do responsável pela área esportiva da DEA, Alexandre Rezende.

 

E coube ao gestor da DEA mostrar as iniciativas já encaminhadas para impulsionar o esporte e enfrentar dificuldades, como a escassez de recursos financeiros e as deficiências das instalações físicas. Rezende apresentou números sobre o orçamento ideal, que superaria os R$ 16 milhões por ano, e uma proposta com o básico para apoiar modalidades de representação e ações de lazer, estimado em cerca de R$ 2,5 milhões anuais.

 

O dirigente lembrou o momento de cortes federais em educação e reforçou a necessidade de se captar recursos por meio de iniciativas como a Lei de Incentivo ao Esporte, que pode apoiar o esporte universitário por meio de renúncia fiscal de pessoas físicas e jurídicas. Em relação à infraestrutura, Alexandre Rezende explicou que a médio e longo prazo os investimentos serão para reforma e ampliação de espaços esportivos nos quatro campi. As primeiras ações previstas, segundo ele, são as instalações de novos pisos nas pistas de atletismo e de modernização dos gramados nos campos de futebol do Centro Olímpico. De imediato, a proposta é ampliar a parceria com clubes e escolas para cessão de locais de treinamento.

 

CLUBES E EDITAIS – Na avaliação dos gestores, a participação do corpo discente é imprescindível na reestruturação do esporte universitário. “Se vocês não se mobilizarem, não vai haver esporte. Os clubes esportivos são a unidade básica dessa estrutura que propomos”, explicou Rezende. Ele apresentou a minuta de resolução do esporte universitário na UnB, que prevê programa multidisciplinar para estimular a prática desportiva de qualidade, incluindo a presença de técnicos e de profissionais de saúde e de outras áreas. O crescimento dessa rede de apoio passa pelo engajamento dos clubes. “Nosso trabalho é apoiar as iniciativas de vocês”, complementou.

 

O dirigente da DEA informou que todo o material proposto será publicado na página da diretoria, que também vai destacar, a partir da próxima de semana, o lançamento de pelo menos oito editais. Entre eles, os de concessão de auxílio viagens para competições e de programas com bolsas de tutoria relacionadas ao esporte de representação e de lazer. Em breve, a unidade será rearticulada e dará origem a diretorias específicas de esporte e lazer e de arte e cultura.

 

NOVAS DEMANDAS – Se depender do engajamento dos estudantes, a reestruturação vai ocorrer sem percalços. “Achei fenomenal toda essa organização”, afirmou o estudante de Educação Física e nutricionista Pedro Rodrigues. Membro do Clube de Futebol, ele avalia que as mudanças propostas “vão render frutos lá na frente”. Ele sugeriu a criação de escolinhas de sua modalidade na UnB como forma de se obter mais recursos.

 

Para o estudante de Engenharia Civil e entusiasta do basquete Ciro Sampaio, as barreiras do esporte universitário vão além da questão financeira. “Nosso principal problema não é dinheiro. É a falta de apoio na própria Universidade”, disse. Pelo programa Ciências sem Fronteiras, ele passou uma temporada na Universidade do Kentucky, nos Estados Unidos, e de lá traz sugestões que incluem a prioridade na matrícula para estudantes-atletas, a concessão de créditos para os promotores das diversas modalidades e uma maior exposição do esporte no portal da UnB e em redes sociais.

 

O diretor Alexandre Rezende respondeu aos questionamentos dos estudantes e se comprometeu a levar parte das sugestões às instâncias da administração superior. Ele informou que o diálogo com a comunidade será permanente e que outros encontros públicos serão realizados ao longo do ano.

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