Como parte das comemorações pelo aniversário de 55 anos da Universidade de Brasília, a Câmara dos Deputados realizou sessão solene na manhã desta terça-feira (25). Entre os participantes, estiveram representantes da administração da UnB, de servidores docentes e técnicos-administrativos e de estudantes. Os deputados federais Izalci Lucas, Jô Moraes e Rôney Nemer, o ex-reitor José Geraldo de Sousa Junior, o professor emérito Aldo Paviani e o embaixador de Taiwan no Brasil, Isaac Tsai, entre outros, participaram da homenagem. A solenidade comemorativa foi proposta pela deputada Erika Kokay.
Na oportunidade, a reitora Márcia Abrahão destacou o papel da UnB na discussão de grandes temas nacionais e internacionais e na defesa dos direitos da sociedade brasileira ao longo de mais de cinco décadas. "A UnB comemora seus 55 anos com o tema Ciência e Ousadia, exatamente em alusão ao seu primeiro reitor, Darcy Ribeiro, e também a toda a história da Universidade", disse. Márcia ressaltou ainda o momento de intensa produção acadêmica vivido pela Universidade e a ampliação do alcance da instituição dentro do Distrito Federal nos últimos anos, chegando a Ceilândia, ao Gama e a Planaltina.
Egressa da UnB, a deputada Erika Kokay participou ativamente da celebração desta terça. Para ela, "homenagear a UnB significa homenagear a liberdade e a criatividade, negando a condição de Brasília como uma cidade meramente administrativa".
"A UnB nasce de um projeto de inovação, idealizado por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, os quais sempre viram a ciência, a arte e a cultura como universais, mas ao mesmo tempo como instrumentos de transformação da sociedade", afirmou. A parlamentar lembrou momentos históricos importantes da Universidade, citando a luta contra a repressão durante a ditadura militar e o fato de a UnB ter sido a primeira universidade brasileira a adotar o sistema de cotas para negros e indígenas.
MOMENTO ATUAL – Além de rememorar conquistas da Universidade, a reitora Márcia Abrahão demonstrou preocupação com as restrições orçamentárias vigentes no país. "A restrição orçamentária tem criado dificuldades para a nossa sobrevivência e, certamente, trará consequências para o futuro da ciência em nosso país", afirmou.
Ela explicou que os recursos arrecadados com pesquisas e pela própria atuação da Universidade estão sendo impedidos de ser incorporados ao orçamento. "É como se tivéssemos dinheiro na conta bancária, mas não talão de cheques", disse.
Luís Carlos de Sousa, representante do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), também lembrou a história de luta e resistência da UnB para dizer que a Universidade não ficará paralisada diante das dificuldades. A estudante de Sociologia Ayla Viçosa, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), manifestou-se no mesmo sentido. "A UnB foi fundada por Darcy Ribeiro para ser um espaço de construção de conhecimento a serviço do povo brasileiro, temos uma história em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade e não podemos parar", disse.
Nesta quarta-feira (26), as homenagens à Universidade prosseguem em sessão solene do Consuni, marcada para as 14h30, no auditório da ADUnB. Na quinta-feira (27), a sessão solene será no Senado Federal, às 9h.
* Com informações de Wanderson Mansur, assessor de imprensa da deputada Erika Kokay