ENSINO

Neste semestre, há mais de 700 estudantes matriculados. Conteúdos passaram por reformulação e número de turmas na modalidade semipresencial foi ampliado

 

Aula da disciplina Empresa Júnior I, oferecida pelo CDT. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

As atividades empreendedoras têm crescido cada vez mais no Brasil nos últimos anos e têm se mostrado possível solução para a inserção de pessoal no mercado de trabalho, diante da atual crise econômica e das perspectivas desanimadoras de oportunidades de emprego. Nos últimos três anos, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estima que foram criadas mais de 11 milhões de empresas por necessidade no Brasil, número que, em 2016, representava 42% do total de empreendimentos registrados.

 

Enquanto essa tendência se amplia, nas salas de aula da Universidade de Brasília os alunos têm a chance de se prepararem para enfrentar a nova realidade de mercado. Com intuito de fomentar a cultura empreendedora na academia e incentivar estudantes de graduação a desenvolverem competências na área, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB oferece disciplinas presenciais e semipresenciais, abertas a todos os cursos, com foco no empreendedorismo. 

O coordenador da Empreend/CDT, Carlos Denner, avalia a oferta de disciplinas como um estímulo para que estudantes se lancem ao mercado de trabalho. Foto: Luís Gustavo Prado/Secom UnB

 

Segundo Carlos Denner, coordenador da Escola de Empreendedores (Empreend) – programa do CDT responsável pela implementação das atividades –, a partir dos conteúdos ministrados, é possível colocar em prática a criatividade, aprender como funciona o ramo empreendedor e a gestão de projetos e estimular habilidades, como liderança, captação de recursos e negociação de contratos. “O estudante aprende a se exercitar para ter ideias e avaliá-las de forma que elas possam se tornar, de fato, negócios”, explica.

 

Ao todo, o CDT oferece seis disciplinas relacionadas à área. São elas: Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação, Introdução à Atividade Empresarial, Empreendedorismo e Inovação Tecnológica, Tecnologia Social e Inovação, e Empresa Júnior I e II. Esse trabalho é realizado desde 1996 para atender a demanda latente de estudantes por formação acadêmica na área.

 

Neste semestre, há apenas três disciplinas sendo ministradas, com mais de 700 alunos matriculados. Para atender com qualidade a alta procura, o CDT inovou ao reformular os conteúdos. Entre as propostas adotadas para tornar os cursos motivadores, estão a adoção de novas metodologias, com maior diversidade de ferramentas tecnológicas e foco na prática.

 

Foi o que ocorreu com a disciplina de Introdução à Atividade Empresarial. Oferecida na modalidade semipresencial, ela é uma das mais procuradas, atualmente com 600 participantes, divididos em seis turmas. A disposição nesse formato possibilitou o aumento do número de vagas em comparação com os semestres anteriores e a maior adesão de estudantes de diversos cursos. Além disso, mostrou-se uma boa estratégia para viabilizar a consolidação da disciplina diante da falta de recursos para oferecê-las no modo presencial. “A Universidade pode ofertá-la a um custo mais baixo para uma quantidade maior de estudantes. Isso é bem positivo nesse tempo de crise”, afirma Carlos Denner.

 

De acordo com a bolsista pesquisadora da Empreend Kerlla Luz, a ideia é que, nos próximos semestres, o número de turmas se amplie ainda mais. “O que estamos tentando com essa nova perspectiva semipresencial é manter uma linha de oferta semestral para mil alunos, até porque temos interessados de todos os campi."

Estudante Yan Trindade aprimorou os conhecimentos adquiridos nas disciplinas ao abrir seu próprio negócio. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

VISÃO DE MERCADO – Além de contribuir para desenvolver nos alunos o espírito empreendedor, as aulas buscam explorar um dos potenciais da UnB: o empreendedorismo de governo. Carlos Denner avalia o fato de a instituição se localizar em uma região cuja empregabilidade é voltada ao funcionalismo público como um fator positivo para os estudantes que querem investir no ramo empresarial. “Pode-se pensar no governo como cliente. Para o nosso aluno, é interessante, pois ele expande essa visão do concurso público”, considera.

 

O coordenador da Empreend também acredita no investimento no próprio negócio como uma saída para quem está chegando ao mercado de trabalho com o atual cenário econômico. “A gente tem visto repetidamente empresas serem criadas e se tornarem bem-sucedidas do dia para noite”, incentiva.

 

O estudante de Engenharia da Computação Yan Trindade cursou as disciplinas de Introdução à Atividade Empresarial e de Empreendedorismo e Inovação Tecnológica. Ele acredita que pôde aproveitar melhor o aprendizado ao colocar os conhecimentos em prática por meio de sua própria startup, a Yi Mobile. “O conhecimento adquirido nas disciplinas foi importante para ter uma base do que saber e do que planejar antes de abrir um empreendimento”, afirma.

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