Nesta terça (5) e quarta-feira (6), a Universidade de Brasília sedia atividades da etapa final da edição 2018 do Programa de Formação de Professores de Educação Superior de Países Africanos (ProAfri), de iniciativa do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras, entidade parceira da UnB. Representantes de órgãos brasileiros e moçambicanos abriram as atividades em evento no auditório da Reitoria.
Neste ano inaugural, o Proafi oferta 158 bolsas de estudo em 29 universidades brasileiras, sendo 117 de mestrado e 41 de doutorado, em todas as áreas do conhecimento. As oportunidades são destinadas a professores do ensino superior de Moçambique. Até esta quarta (6), integrantes de diferentes instituições brasileiras se reúnem para realizar a etapa final de seleção dos candidatos.
“O edital leva em consideração critérios como a distribuição regional – para que sejam contempladas várias universidades de Moçambique – e a distribuição de gênero, para equilibrar quantitativo de mulheres e homens. Esses critérios são analisados nessa etapa final, já que a avaliação pelos programas de pós-graduação se concentra no mérito das propostas”, detalhou a presidente da Comissão Assessora de Avaliação do ProAfri, Gionara Tauchen, professora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
Representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional de Moçambique, Octávio Manuel de Jesus destacou a importância da ação para o ensino superior naquele país. “Dos 5.353 professores em tempo integral nas universidades públicas de Moçambique, 58% são licenciados e apenas 541 são doutores. Esse dado deixa evidente a importância desse programa", afirmou o convidado, que também atua como diretor geral do Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique (IBE).
Octávio de Jesus compartilhou mais informações sobre a atual realidade de Moçambique: nas instituições de ensino público, a proporção entre docentes é de um doutor para 241 estudantes; na rede privada, a razão é de um para 1.200 estudantes. "É um dado gritante. Por isso acolhemos esse programa com muita expectativa, para que tão logo tenhamos frutos e possamos reverter essa situação”, completou.
Para a coordenadora do ProAfri e diretora executiva do grupo Coimbra, professora Rossana Valéria de Souza e Silva, "uma educação de qualidade em todos os níveis é importante, sobretudo, para os professores universitários, responsáveis por formar todos os demais profissionais". Segundo a diretora, a presente edição tem como foco Moçambique, mas a intenção é ampliar o programa para outros países africanos.
"Esta iniciativa traz ganhos não apenas para as universidades moçambicanas. Ganham as universidades brasileiras ao receberem estudantes internacionais e possibilitarem essa troca com diferentes culturas e saberes, além do aspecto de cooperação entre os países”, avalia Rossana Silva.
Também participaram da mesa de abertura do evento o segundo secretário da Embaixada de Moçambique, Sulemani Haje, e a subchefe da Divisão de Temas Educacionais (DCE) do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Márcia Peters Sabino.
SOBRE – O ProAfri 2018 visa apoiar o Plano Estratégico do Ensino Superior de Moçambique em suas metas de expansão de acesso e melhoria da qualidade do ensino universitário no país. A iniciativa do Grupo Coimbra é realizada em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional de Moçambique, com apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e da Embaixada do Brasil em Moçambique.
O Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 2008. Atualmente integrado por 77 instituições brasileiras de educação superior, o grupo tem sede administrativa na Universidade de Brasília. Além das cooperações internacionais, a iniciativa é apoiada pelo Ministério da Educação, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação e pelo Ministério das Relações Exteriores.