GESTÃO

Unidade foi a terceira a receber visita da equipe de gestão. Professores reclamaram de infraestrutura e de falta de apoio ao gerenciamento acadêmico

Equipe de gestão em visita à FS. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

A comunidade da Faculdade de Ciências da Saúde (FS) recebeu, na última sexta-feira (24), a visita de membros da administração da Universidade de Brasília para uma conversa sobre os problemas e desafios enfrentados pela unidade. Na reunião, professores, técnicos e estudantes falaram sobre a falta de espaço físico e sobre as dificuldades para a realização de projetos e para a finalização de processos de compra, entre outras demandas.

 

“Encaro esta visita como uma reunião de trabalho. É importante que a equipe conheça os problemas de perto, na concepção de que somos servidores, estamos na gestão para servir”, disse a reitora, Márcia Abrahão. A diretora da FS, Maria Fátima de Sousa, elogiou a iniciativa e entregou à reitora um documento com as principais necessidades levantadas pela faculdade.

 

O coordenador do curso de Odontologia, Laudimar Oliveira, lembrou que a FS cresceu muito nas últimas décadas e que o atual prédio – dividido com a Faculdade de Medicina (FM) – está pequeno. “Sabemos da atual situação econômica da UnB, mas é preciso considerar que a nossa unidade é uma das maiores da instituição e é responsável por uma questão sensível do ponto de vista social, que é o cuidado em saúde”, argumentou.

 

O problema deve ser amenizado com conclusão da Unidade de Laboratórios de Ensino de Graduação (Uleg). A obra, iniciada na época do Reuni, o programa de reestruturação das universidades federais, foi retomada em fevereiro, e deve ficar pronta até abril do ano que vem.

 

SOBRECARGA – Os docentes da FS reclamaram de sobrecarga de trabalho, morosidade para a contratação de professores substitutos, falta de equipe técnica de apoio à gestão acadêmica e problemas de infraestrutura. “Metade das salas tem um calor insalubre e, na outra metade, o barulho do ar-condicionado é tão grande que mal conseguimos dar aula”, contou a professora Maria do Carmo Machado, do Departamento de Odontologia.

 

O prefeito do Campus, Valdeci Reis, explicou que a UnB fez, em janeiro, a adesão a uma ata de registro de preço do Ministério da Defesa para manutenção e instalação de aparelhos de ar-condicionado. “Já conseguimos colocar 150 aparelhos, mas o nosso passivo era muito grande, havia cerca de 1.600 ordens de serviço abertas”, afirmou.

 

Outras dificuldades relatadas pela comunidade da FS dizem respeito à tramitação dos processos na Universidade. A professora Daphne Rattner, do Departamento de Saúde Coletiva, criticou os entraves à execução de projetos, mesmo quando o docente consegue o recurso. “Parece que as pessoas estão nos fazendo um favor, quando, na verdade, isso deveria ser uma política institucional”, disse.

 

Já a professora Raquel Botelho, do Departamento de Nutrição, relatou a dificuldade que enfrenta para a compra de alimentos perecíveis. Ela, que coordena o Laboratório de Técnica Dietética da unidade, utiliza o suprimento de fundos (cartão corporativo) para as compras e disse já ter enfrentado situações constrangedoras. “Estou há 16 anos tentando resolver esse problema. Já ouvi de pessoas na Reitoria que eu precisaria comprovar que estava dando aula. Adoro a sala de aula, adoro pesquisa, mas a questão administrativa cansa”, desabafou.

 

COMPRAS – A decana de Administração, Maria Lucilia dos Santos, disse que os diretores estão sensibilizados à questão e garantiu que, em breve, a instituição terá um novo método para os processos de compras. “A UnB está muito atrasada, tudo ainda é feito de forma manual. Mas isso é uma prioridade para a gestão”, destacou.

 

A decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, esclareceu que a gestão está mapeando todos os projetos em andamento na Universidade, da hora em que eles saem da unidade até a execução, para identificar gargalos. Uma das medidas para a melhoria da tramitação é a vinculação da Diretoria de Apoio a Projetos Acadêmicos (DPA) ao Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI). “A DPA estará em seu papel original, assim, vocês deverão consultá-los antes de enviar o projeto”, orientou.

 

Sobre as obras no campus, o diretor de Infraestrutura, Alberto de Faria, explicou que há uma grande demanda de toda a Universidade e que a comunidade acadêmica terá de eleger prioridades. “Nós temos um registro de demandas da ordem de R$ 680 milhões. Nem se nós vendêssemos todas as nossas projeções residenciais daríamos conta de atender a tudo”, comentou. As obras devem ser discutidas no Conselho de Administração (CAD) ao longo das próximas semanas.

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