A administração da Universidade de Brasília reuniu-se, nesta terça-feira (2), com membros da nova gestão do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães (DCE). Na conversa, a primeira após a eleição da chapa Todas as Vozes para o comando do diretório, foram discutidos assuntos como a realização de confraternizações no ICC e a necessidade de melhoria no serviço de transporte público nos campi.
“Existe uma tradição de happy hour às quintas-feiras no ICC e não há um consenso, entre os estudantes, sobre como deve ser o uso do espaço”, afirmou a aluna de Administração Scarlett Rocha, da coordenação-geral do DCE. A reitora Márcia Abrahão lembrou que há uma resolução de 2012, aprovada pelo Conselho Universitário, que traz as regras de convivência nos campi e regula a realização de confraternizações no ambiente acadêmico.
“Essa resolução foi elaborada após amplo debate com os três segmentos da Universidade, levando em conta as atividades acadêmicas, políticas e culturais que aqui ocorrem”, disse Márcia. “Os centros acadêmicos fazem parte das unidades acadêmicas, então, é responsabilidade de cada unidade autorizar ou não a realização desses eventos”, reforçou.
Na semana passada, a administração se reuniu com os diretores de faculdades e institutos para informar sobre os procedimentos necessários à autorização das confraternizações. A reitora também destacou que o Centro Comunitário está à disposição dos estudantes para a realização de eventos de maior porte.
O decano de Assuntos Comunitários, André Reis, ponderou que as confraternizações no ICC provocam indignação em parte de comunidade universitária, que se incomoda com o barulho e a grande circulação de pessoas durante o período de aulas. Uma comissão formada pelos centros acadêmicos, pela Prefeitura do Campus, pelo Decanato de Assuntos Comunitários e por assessores da reitora discute, quinzenalmente, uma solução para o assunto. A próxima reunião do grupo está marcada para 11 de maio, ao meio-dia, no anfiteatro 11.
SEGURANÇA – Os estudantes também questionaram a abordagem feita por determinados seguranças da UnB. “A gente entende que é papel da Universidade trabalhar pela segurança, mas há abusos e excessos cometidos por alguns funcionários da vigilância, que adotam uma postura de ameaça contínua aos alunos”, reclamou a estudante de Sociologia Ludmila Brasil, também da coordenação do DCE. Na semana passada, após a recusa de algumas pessoas de se identificarem aos funcionários, a Diretoria de Segurança acionou a Polícia Militar, que encontrou drogas com um dos revistados.
A reitora ressaltou que há preocupação com a forma de abordagem feita pelos seguranças. No início do ano, os funcionários passaram por treinamento para lidar com questões relativas à diversidade. “Também realizamos, em março, um seminário sobre segurança sob a ótica de gênero, mas tivemos pouquíssima participação dos estudantes”, disse Márcia. “Somos uma instituição educadora, queremos discutir uma série de coisas, a questão das drogas, inclusive, mas nós não estamos acima da lei”, frisou.
Outros pontos levantados pelos estudantes foram a proibição da presença de vendedores ambulantes de marmita no campus e o apagamento de pichações no ICC, na semana passada. Outra demanda foi em relação ao transporte público para os campi. Márcia Abrahão relatou que está em contato com o DFTrans para melhorar o alcance do serviço. Segundo a coordenação-geral do DCE, será realizada, também, uma pesquisa sobre as principais carências dos alunos da instituição nessa seara.