Nota do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB em repúdio à condução coercitiva de gestores da UFMG, aprovada na 576ª reunião do Cepe
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília vem manifestar seu repúdio à ação da Polícia Federal, no âmbito da Operação Esperança Equilibrista, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que levou sob coerção o reitor Jayme Ramirez, a vice-reitora Sandra Goulart, o ex-reitor Clélio Campolina, a ex-vice-reitora Heloísa Starling, além de outros professores daquela universidade.
A condução coercitiva é uma ação extrema, que deveria ser usada como último recurso, quando configuradas claramente resistência e obstrução de investigações, e após concluídas as etapas jurídicas que deveriam oferecer garantias individuais. Além disso, a investigação de processos administrativos não justifica a exposição difamatória e midiática de professores, que dedicam sua vida profissional a uma instituição de reconhecida excelência.
Esse novo caso na UFMG, após os lamentáveis episódios ocorridos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o desfecho trágico da morte do seu reitor, é mais uma etapa na estratégia de desacreditar as instituições públicas de ensino superior no país, pela difamação de seus gestores e docentes. É importante ressaltar que essas instituições detêm excelência em ensino, pesquisa e extensão – hoje inseridas no contexto internacional –, que são elementos essenciais na construção da soberania do país.
Reiteramos nossa solidariedade aos professores que sofreram a condução coercitiva e a toda a comunidade universitária da UFMG e afirmamos nosso compromisso com os direitos civis do Estado democrático e a defesa das universidades públicas no Brasil.
Brasília, 7 de dezembro de 2017
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília