GRADUAÇÃO

Estudantes e professores ligados ao Núcleo de Estudos Amazônicos viajaram à região norte para aprofundar vivências e adquirir conhecimentos

Em janeiro, estudantes se encontraram para compartilhar experiências da expedição. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

 

“Jamais vou esquecer essa viagem. Tomamos um banho de natureza e de realidade brasileira.” Essa é a sensação dos 36 estudantes da Universidade de Brasília que passaram 11 dias na região amazônica. A atividade acadêmica integrou o currículo da disciplina Tópicos Especiais sobre a Amazônia, ofertada pelo Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares (Ceam). A expedição percorreu, de ônibus, cerca de 11 mil quilômetros nos estados de Mato Grosso, Roraima e Acre em dezembro passado. No último dia 23, alunos que participaram do projeto se reuniram para falar das experiências vividas junto aos povos da floresta.

 

A missão fez parte do projeto Vivência Amazônica, do Núcleo de Estudos da Amazônia da Universidade de Brasília (NEAz/CEAM). Durante a jornada, alunos de 14 cursos de graduação da UnB tiveram a chance de conviver com indígenas, quilombolas, ribeirinhos e seringueiros. Além disso, os estudantes puderam trocar experiências com professores e estudantes universitários das cidades visitadas. Essa foi a primeira vez que a viagem foi realizada. A expectativa é que a proposta se repita, sempre com o objetivo de estimular os estudantes por meio do contato com diferentes realidades regionais.

 

A agrônoma Enaile Iadanza, professora do Ceam, é uma das coordenadoras do projeto e responsável pela expedição. Ela considera que a proximidade dos estudantes com a diversidade é uma oportunidade ímpar de enriquecimento na formação acadêmica. Além disso, a agrônoma ressalta as contribuições do projeto para o intercâmbio científico, técnico e cultural que ocorre pelas trocas de conhecimento entre pesquisadores de diferentes áreas.

 

“A realização do projeto estimula estudantes de vários cursos a observar, pesquisar, debater e promover ações multidisciplinares, a respeito dos temas relacionados à Amazônia brasileira e continental”, afirma Enaile.

"Conhecer a Floresta Amazônica é uma enorme contribuição aos meus conhecimentos como futuro biólogo", afirma João Pantoja. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

 

RELATOS – João Pantoja, estudante de Ciências Biológicas, está empolgado. “Visitar a reserva ecológica Chico Mendes, no Acre, foi o ponto alto da viagem. Ele era uma pessoa muito preocupada com a vida no planeta. Tive uma grande oportunidade de conhecer comunidades extrativistas que vivem na Amazônia e têm preocupação social com a preservação do meio ambiente”, relata.

 

O estudante de Ciências Ambientais Caio Couto admite que ficou entusiasmado com a situação encontrada. A expedição visitou seringais, reservas florestais e associações de agricultores. Os estudantes puderam verificar as formas tradicionais de plantio e manuseio da terra. Para o estudante, ter contato com lideranças rurais motivou reflexões importantes. “Percebi uma realidade diferente daquela que conhecia na literatura. Lá, reconheci que precisamos desenvolver, junto com as populações da floresta, soluções para os problemas que eles vivem diariamente”, diz.

 

Para os alunos, a expedição acrescentou um novo olhar à forma como encaram a formação acadêmica. “Esse tipo de experiência de campo mostra como é importante dialogar com outros saberes. A universidade deve priorizar os projetos de extensão. A UnB pode e deve ir além dos seus muros”, declara Ingrid Mangabeira, estudante de Serviço Social. Ela acredita que a imersão na floresta aprimorou a sua visão social sobre as comunidades rurais brasileiras. 

Estudantes conheceram a realidade da vida na floresta. Foto: Arquivo de viagem

 

PRÁXIS – No ensino acadêmico, as aprendizagens são desenvolvidas, via de regra, na esfera intelectual do ambiente de uma sala de aula. Em determinadas situações, esses conhecimentos são postos à prova e experimentados no mundo real, seguidos de uma contemplação reflexiva. Dessa forma, os conceitos teóricos e abstratos relacionam-se com realidade vivida. A partir dessa percepção, o estudante de Geografia Gustavo Lyra observa que a viagem acrescentou realidade às teorias assimiladas em sala de aula: “Pude perceber na prática questões relacionadas à demografia, ocupação sistematizada dos espaços e observação dos fenômenos da natureza.”

 

DIÁRIO DE BORDO – As aventuras, surpresas e emoções da expedição foram registradas diariamente em um caderno. A proposta dos estudantes é transformar o registro da viagem em livro. Além disso, plantas, rios, animais e toda a biodiversidade da floresta foram fotografadas. A equipe planeja fazer uma exposição com as imagens feitas durante a viagem. A mostra fotográfica fará parte do I Fórum Internacional sobre a Amazônia, marcado para junho deste ano, na UnB. O evento vai comemorar os 30 anos do Núcleo de Estudos Amazônicos (NEAz/UnB).

 

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.