EXTENSÃO

UnB participa pela segunda vez do Pint of Science, que leva discussões de temas científicos a público diversificado, entre 14 e 16 de maio

 

Edição de 2017 levou 700 pessoas sedentas por ciência aos bares de Brasília. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Mesa de bar é um local por onde circulam assuntos diversos: esporte, política, religião e também ciência. Para marcar o espaço deste último tema, acontece, entre 14 e 16 de maio, a segunda edição brasiliense do festival Pint of Science, evento de divulgação científica realizado no mundo inteiro. Desta vez, cinco estabelecimentos da capital recebem bate-papos com especialistas de ciências da natureza, exatas, sociais, humanas e de saúde.

 

“O público estará frente a frente com grandes nomes da ciência de Brasília, nos temas mais palpitantes do momento, para tirar dúvidas e conversar”, destaca o coordenador local do festival, o professor de Zoologia da UnB Eduardo Bessa. O evento é uma ação de extensão da UnB e conta com o apoio institucional do Decanato de Extensão (DEX), por meio da Comissão de Extensão da Faculdade de Planaltina (FUP). Para participar, basta ter interesse em um dos temas e disponibilidade para chegar aos locais. Os encontros acontecem sempre das 19h30 às 21h e são gratuitos. Apenas o consumo em cada estabelecimento será cobrado.

 

As temáticas abordadas neste ano vão desde microbiologia e uso medicinal da maconha até lesões no Crossfit, passando por segurança digital e psicologia forense, sempre com o intuito de mostrar que aquilo que é desenvolvido no meio acadêmico é do interesse de todos. Bessa explica que cada estabelecimento que recebe o festival tem autonomia na definição dos temas e que a lista sugerida pelo público participante do ano passado contou muito nessa escolha. Dos 15 tópicos abordados, quatro serão apresentados por docentes da UnB. Outras conversas serão mediadas por estudantes de mestrado ou doutorado, bem como por profissionais de outras universidades e institutos de pesquisa. 

Professores Paulo Eduardo de Brito e Adriano Leonês vão levar a astronomia à mesa de bar na próxima terça-feira (15). Foto: Divulgação

 

UNIVERSIDADE AO ALCANCE Professor de Física e Astronomia na FUP, Paulo Eduardo de Brito participa pela segunda vez do festival. Neste ano, falará sobre a astronomia no cotidiano, juntamente com seu ex-aluno, o professor Adriano da Silva Leonês, que trabalha no Planetário de Brasília. Para Paulo de Brito, a participação da plateia em 2017 foi muito positiva. “Nesta edição vamos fazer uma apresentação bem dinâmica e interativa, em forma de pergunta e resposta, dando ênfase ao campo magnético da Terra, à sua importância e à questão da inversão dos polos”, enfatiza. O objetivo, segundo ele, é desmitificar alguns tópicos, apresentando visões científicas sobre o tema.

 

Para o bate-papo que será apresentado pelo professor Renato Malcher Lopes, do Departamento de Ciências Fisiológicas (CFS), o pano de fundo será a revolução na ciência biomédica, abordando usos medicinais da Cannabis. O docente estreia no festival e considera a iniciativa muito válida para aproximar a sociedade do conhecimento científico. “Vivemos um momento paradoxal em que as pessoas têm cada vez mais acesso à informação, mas estão mais distantes do saber técnico-científico”, avalia. Como um dos grandes problemas é o distanciamento de linguagem, ele irá explicar de maneira simplificada como as propriedades medicinais da maconha funcionam no organismo e como determinados usos podem ser benéficos e outros não.

 

DINÂMICA A cada encontro, os pesquisadores terão cerca de 40 minutos para introduzir as perspectivas científicas do tópico que suscitará o debate. O coordenador Eduardo Bessa ressalta que essas exposições não serão formais ou unidirecionais como as palestras comuns. Após esse momento inicial, será aberto um espaço para debates e tira-dúvidas. 

Professor de Zoologia na FUP, Eduardo Bessa coordena as atividades do Pint of Science em Brasília. Foto: Divulgação

 

“Quanto aos apresentadores, um aspecto importante é que as estrelas do festival são pessoas dos próprios locais. A proposta é mostrar que o cientista está em todos os lugares, é gente comum, que está fazendo suas atividades diárias e também buscando avançar o conhecimento da humanidade por meio do que realiza nas instituições de ensino e pesquisa”, comenta Eduardo.

 

“Ao mesmo tempo em que a sociedade precisa da ciência, a ciência precisa mais do que nunca da sociedade, especialmente considerando a retração orçamentária pelas quais passam estas instituições, ano após ano”, acrescenta Bessa. Para ele, a disseminação crescente de notícias falsas (fake news) e de pseudociências na sociedade demonstra como a educação científica geral é frágil, por isso, eventos como o Pint of Science permitem que informações corretas sejam divulgadas, a fim de evitar o ludibriamento do cidadão comum – público-alvo que pode ouvir e interagir.

 

INTERESSE CIENTÍFICO EM EXPANSÃO De acordo com dados divulgados pela organização do festival, no ano passado, 11 países participaram do Pint of Science. Em 2018, serão 21. No Brasil, o aumento é ainda mais expressivo: mais de 50 cidades das cinco regiões estão envolvidas nesta edição, sendo que em 2017 foram mobilizados 22 municípios. A expectativa é que o evento atraia aos bares do país um público de mais de 50 mil pessoas. Em Brasília, são esperadas cerca de 1.200 entusiastas nos cinco estabelecimentos situados em diferentes pontos da capital: Plano Piloto, Águas Claras e Sudoeste.

 

O Pint of Science nasceu em 2013, na Inglaterra, quando pesquisadores propuseram um evento para além das universidades e institutos de pesquisa, buscando interagir diretamente com as pessoas. A ideia foi tão inspiradora que se expandiu rapidamente, graças a uma rede de voluntários. Em 2015, o festival chegou ao Brasil, único país da América Latina a participar naquele ano.

 

>> Confira a programação completa do evento na capital.

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