Dezoito bicicletas espalhadas em três pontos da universidade já estão disponíveis para empréstimo gratuito a estudantes, professores e servidores. As bicicletas estão em paraciclos no ICC Norte, ICC Sul e Faculdade de Educação Física. Elas não estão acorrentadas e o empréstimo é livre, sem que o aluno, servidor ou professor precise se identificar. O grupo Bicicleta Livre espera apenas que, ao fim do dia, as bicicletas sejam devolvidas ao local de onde foram retiradas. Cerca de 50 bicicletas doadas ao grupo estarão disponíveis ainda este ano.
“O grande objetivo é incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte. Usando dentro do campus, as pessoas vão perceber que elas podem ser utilizadas fora desse espaço também”, afirma o coordenador do Bicicleta Livre, Yuriê Baptista César, de 24 anos, do 6° semestre de Geografia.
O estudante usa bicicleta há mais de 10 anos. Mora na Asa Sul e vem pedalando para a UnB diariamente. Segundo Yuriê Baptista, estima-se que as 18 bicicletas possam atender pelo menos 100 alunos diariamente. “As bicicletas têm uma demanda reprimida. As pessoas não usam porque não temos uma infraestrutura adequada”, diz.
IMPACTOS – Para o orientador do Bicicleta Livre, Glauco Falcão, o projeto vai promover qualidade de vida no campus: melhorando o condicionamento físico das pessoas e diminuindo o trânsito de veículos. Falcão, que também é professor da Faculdade de Educação Física, acredita que a iniciativa ainda terá impacto ambiental. "O projeto não é só para quem não tem transporte. O intuito é que as pessoas deixem o carro nos estacionamentos e circulem de bicicleta pelo campus”, afirma. “Quando isso se tornar cultura, o impacto e a expansão do projeto serão maiores.”
COTIDIANO – As bicicletas do projeto podem ser identificadas facilmente. Estão pintadas de amarelo e têm a marca do projeto. Segundo a estagiária-técnica da Agenda Ambiental da UnB, Mara Marchetti, não há preocupação com furto. “A ideia é que as bicicletas fiquem livres para uso no campus. Não vemos motivo para furto. São bicicletas diferenciadas, sem marchas e próprias para uso em curtas distâncias”, afirmou.
O administrador e voluntário Renato Cerbinato, 32 anos, acredita que o projeto é uma conquista. “Uso bicicleta como meio de transporte há sete anos. Pedalando, você vê a cidade de uma outra maneira, conversa com as pessoas. É um transporte humanizado”, defende.
O formando em Comunicação Rafael Moraes, 23 anos, gostou da iniciativa. “É uma ideia excelente, mas tenho medo de que as bicicletas sejam extraviadas. Elas estão lindas, espero que os alunos não queiram pendurar nos centros acadêmicos”, brinca.
VOLUNTÁRIOS – O Bicicleta Livre recruta voluntários. Todos os sábados, estudantes preparam as bicicletas do projeto. Há cerca de 50 delas precisando de reparos. Elas são desmontadas, lixadas e pintadas. Com a implantação do projeto, elas precisarão de cuidados semanais, como encher pneus e colocar graxa nas peças.