O Projeto Electron, atividade de extensão dos cursos de Engenharia, recebeu o prêmio IEEE Student Enterprise Award, que reconhece a excelência em projetos de ensino e extensão na América Latina. A premiação de 900 dólares, recebida no dia 8 de agosto, será revertida em investimentos para continuidade da iniciativa.
O Projeto Electron reúne alunos de várias habilitações de Engenharia da UnB, que criam e aplicam atividades do Laboratório de Eletrônica para estudantes do ensino médio de escolas públicas do DF. A proposta é estimulá-los a conhecer a área na prática e aumentar o interesse pelos cursos de Engenharia. "Nosso objetivo é complementar o aprendizado de sala de aula, atuando como uma atividade de extensão para os alunos", explica a estudante de Engenharia Mecatrônica da UnB e uma das idealizadoras do projeto, Paula Freitas.
Em 2012, o Projeto Electron foi premiado como "Melhor Caso de Sucesso" pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) - Conselho Brasil. O IEEE é a maior associação profissional da área no mundo e conta atualmente com mais de 400 mil engenheiros. Sua filial, localizada no Departamento de Engenharia da UnB, funciona em parceria com projetos da universidade há mais de 35 anos. O instituto doa kits didáticos de eletrônica com peças como Lego, que podem ser montadas pelos alunos. Os kits funcionam como laboratórios portáteis de eletrônica e auxiliam os alunos nas oficinas de aprendizado.
MAIS RECURSOS - Além do reconhecimento internacional, o Projeto Electron foi contemplado pelo edital Proext 2014, resultado de parceria entre o Decanato de Extensão da UnB (DEX) e o Ministério da Educação (MEC), e receberá cerca de R$ 46 mil para expandir suas atividades. De janeiro a dezembro de 2014, as visitas às escolas públicas também terão o objetivo de incentivar o ingresso de mulheres nos cursos de Engenharia por meio de palestras. Também serão reservadas a elas ao menos 50% das vagas oferecidas nos Laboratórios de Eletrônica.
Para Paula Freitas, além de a defasagem no quadro de engenheiros ser grande, a presença de mulheres na profissão, tanto nas universidades quanto no mercado de trabalho, é rara. "Na Universidade de Brasília, por exemplo, no segundo semestre de 2012, apenas 20% dos alunos matriculados em algum curso de Engenharia eram mulheres”, explica a estudante. “É necessário incentivar a formação de novas engenheiras nas escolas de ensino fundamental e médio”, completa.
O professor Rafael Shayani, que coordena o projeto junto aos alunos de Engenharia, enfatizou que as reuniões, a elaboração e a prática das aulas são de responsabilidade dos graduandos. "Desde a idealização do projeto, até sua prática final, tudo é feito pelos estudantes. Então, essa premiação nos deixa ainda mais orgulhosos, por ver que uma iniciativa estudantil tem dado tantos frutos bons”, elogiou o professor.