O prazo para construção e reforma de pelo menos quatro espaços importantes para a Universidade de Brasília estava para expirar. Contempladas por edital de 2008 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), obras na Faculdade de Saúde e nos Institutos de Biologia, de Ciências Sociais e de Psicologia deveriam ser concluídas em cinco anos. Como não foram implementadas, a UnB poderia perder os recursos previstos, que chegam a R$ 1,85 milhão. Isso só não ocorreu por ação integrada de gestores. Os prazos foram renegociados e a instituição conseguiu prorrogação de 18 meses para finalizar as obras.
A extensão dos prazos foi assegurada no fim de agosto, após uma série de agendamentos entre a universidade e a Finep. No mais simbólico deles, auditores da financiadora estiveram em unidades acadêmicas e observaram os esforços para o desenvolvimento de pesquisas. “Nosso empenho tem sido para melhorar a credibilidade da UnB junto a quem fomenta a ciência. Queremos nos aproximar e demonstrar a seriedade e a qualidade das atividades realizadas aqui”, diz o diretor de Pesquisa do Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (Dirpe/DPP), Cristiano Melo.
De acordo com o diretor, o estreitamento das relações com a Finep pode possibilitar ainda a readequação de prazos de edital de 2010. “Passamos a concorrer aos editais essencialmente para comprar equipamentos. Precisamos finalizar esse passivo de obras antes de nos comprometermos com novas construções”, afirma
A busca por melhorar a relação da UnB com instituições de fomento tem sido liderada pelo DPP, com o apoio de gestores de centros, faculdades, institutos e da administração superior. “Temos um envolvimento grande da comunidade. É preciso destacar também a atuação da vice-reitoria, que é conduzida por uma pesquisadora qualificada e que conhece por dentro o funcionamento de instituições como a Finep”, diz Cristiano Melo em referência à vice-reitora da UnB, Sônia Báo, avaliadora da Finep há mais de dez anos.
A vice-reitora classifica a evolução do relacionamento com as fomentadoras como “fundamental para o desenvolvimento da universidade”. Sônia Báo também ressalta a importância de concluir obras que já contam com financiamento garantido. “Temos obras aprovadas em seleções internas e externas. Precisamos honrar esses compromissos”, diz.
Os recursos da Finep são repassados por meio dos editais CT-Infra, voltados para implantar e adequar laboratórios de instituições públicas e organizações sociais de ensino e pesquisa. Os últimos três editais (2010, 2011 e 2013) garantiram mais de R$27 milhões à Universidade de Brasília.
EQUIPAMENTOS E OBRAS – Impactado pela prorrogação de prazos, o Instituto de Biologia terá seu Centro de Primatologia, na Fazenda Água Limpa, restaurado. A unidade atua de forma permanente para planejar a captação de recursos pelos editais CT-Infra. “Fazemos reuniões com os líderes dos grupos de pesquisa e formulamos os projetos. Conseguimos nos organizar assim para estabelecer prioridades e comprar os equipamentos que precisamos”, explica a diretora do instituto, Andréa Maranhão.
De acordo com o DPP, a concorrência por recursos da Finep está cada vez mais acentuada. O diretor Cristiano Melo explica que as seleções internas de projetos são feitas com a presença de avaliadores externos para garantir isenção nas escolhas. “É um processo muito sério. Trazemos pesquisadores de alto nível das diferentes áreas. A partir daí, juntamos uma proposta única da UnB e concorremos nas faixas de recursos destinadas a outras grandes universidades”.
Cristiano Melo prevê a inclusão de obras para as próximas concorrências ao CT-Infra, quando as edificações em andamento forem finalizadas. Ele aposta na nova estrutura de gestão de obras como medida para dar celeridade e eficiência a projetos e evitar a perda de recursos. “Esta é uma gestão que prioriza o planejamento. Esse é um ponto chave para termos êxito”, afirma.