Beatriz Ferreira, aluna das primeiras séries do ensino fundamental I, brinca com uma bola de Natal diferente nas mãos. Ao seu lado, a mãe, Ariadne Ferreira, a acompanha dobrando papéis com motivos natalinos e construindo, em família, uma estrutura que definirá um icosaedro – figura da geometria espacial que consiste em um polígono de 20 lados.
Essa é uma das formas pelas quais o Departamento de Matemática (MAT) da UnB insere a ciência em assuntos que atraem jovens e adultos. “É muito interessante saber que a Universidade oferece atividades assim. Eu traria a Beatriz de novo”, declara Ariadne. Quem passou pela entrada do ICC Norte na última sexta-feira do mês de novembro pôde ver as estações constituídas por mesas cheias de papéis coloridos e entrar na brincadeira.
A oficina Geometria Natalina faz parte do circuito de vivências proporcionado pelo Programa de Educação Tutorial do Departamento de Matemática (PETMat) a escolas do Distrito Federal durante todo o ano. A atividade de fim de ano começou em 2006 e desde então conta com o planejamento cuidadoso dos estudantes do PETMat. “Uma cartolina dá para 43, até 44, papéis do tipo que utilizaremos para o momento da montagem das formas”, conta Gabriel Dias, do oitavo semestre de licenciatura em Matemática.
O estudante participa da ação desde seu primeiro ano na Universidade e revela que o preparo envolve, além de logística estrutural, a tarefa de deixar mais atraentes as cartolinas, revestindo-as com motivos natalinos. “Tudo para deixar mais bonito visualmente a quem desejar participar”, diz.
"Essa ação tem boa resposta do público porque é algo bonito de se ver", explica a tutora do PETMat, Luciana Ávila. Ela conta que as escolas precisam solicitar, junto ao Decanato de Extensão (DEX), informações sobre como participar das ações do circuito. Os ônibus são fornecidos pela parceria, não havendo custo adicional para aluno ou escola.
O Circuito de Vivências em Educação Matemática do Distrito Federal é desenvolvido desde 2004 pelo departamento de Matemática (MAT), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e outras instituições públicas e privadas que oferecem cursos de graduação em matemática e pedagogia. A parceria de extensão possibilita que colaboradores possam levar à escolas, ao longo do ano, atividades de matemática criativa.
Oito escolas levaram 480 estudantes para a oficina da tarde de 29 de novembro, que recebeu ainda 32 inscrições individuais. Apesar da timidez, a pequena Beatriz fez tudo o que precisava para sair com seus enfeites nas mãos. “Ela perguntava muito para a mãe e soube montar tudo com papel, no tempo dela. Disse que a peça vai virar decoração especial”, conta o estudante do sexto semestre de licenciatura em Matemática, Manoel Reis, que acompanhou a dupla.