O Projeto Monitora, do Centro de Gestão e Inovação na Agricultura Familiar (Cegafi) da Faculdade UnB Planaltina (FUP), iniciou nesta segunda-feira (20), capacitação para equipe que irá realizar pesquisa sobre o Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), iniciativa bem sucedida que já beneficiou mais de 60 mil famílias no semiárido brasileiro desde a sua criação, em 2001.
O PDHC possui ações referenciais de combate à pobreza e apoio ao desenvolvimento rural sustentável no semiárido do Nordeste. É desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e várias instituições de assistência técnica e extensão rural, por meio de acordo firmado entre Brasil e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
A capacitação, realizada em parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF/Mapa), segue até esta quarta-feira (22) e conta com o apoio da Cooperfrente, cooperativa responsável pela contratação dos técnicos.
Segundo o professor da FUP Mário Ávila, coordenador do Projeto Monitora, a expectativa é grande. “Acredito que teremos boas respostas a partir da ida dos técnicos a campo. Essas visitas permitirão uma primeira impressão da execução da segunda fase do projeto, permitido o monitoramento adequado da assistência técnica e extensão rural no âmbito do PDHC”, destacou.
Presente na abertura do evento, o diretor do Departamento de Estruturação Produtiva da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (DEP/SAF/Mapa), Avay Miranda Júnior, disse que espera que a pesquisa produza um conjunto de informações robustas sobre a importância da assistência técnica e extensão rural no semiárido.
Durante três meses, nove pesquisadores irão entrevistar agricultores familiares, técnicos das empresas que desenvolvem os serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do PDHC, e gestores em mais de 200 municípios, nos 11 estados de abrangência do projeto: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
“O que nos move no projeto são as milhares de famílias beneficiadas que vivem em vulnerabilidade social. Buscamos melhorar a qualidade de vida delas na convivência com a região”, ressaltou Avay.
METODOLOGIA – A pesquisa irá coletar, a partir da próxima segunda-feira (27), dados qualitativos relacionados às atividades de assistência técnica e extensão rural oferecidos aos produtores rurais atendidos pelo PDHC. Tal diagnóstico visa o monitoramento adequado e a readequação necessária para o alcance dos principais objetivos do projeto.
O preenchimento dos questionários será feito por meio de aplicativo desenvolvido pelo Projeto Monitora, responsável pela avaliação e monitoramento de políticas públicas integradas de assistência técnica e extensão rural, comercialização, fomento produtivo individual e coletivo no âmbito das ações da segunda fase do Projeto Dom Helder Câmara, iniciada em 2014.
SOBRE O PROJETO – Criado em 2001, o projeto Dom Helder Câmara atendeu 13 mil famílias até 2010. Em 2014 foi assinado novo acordo com o Fida para a realização da segunda fase do projeto, na qual serão implementadas ações em 913 municípios e cuja expectativa é atender 57 mil famílias.
O PDHC é baseado no conceito de convivência com o semiárido, articulado às dimensões sociopolíticas, ambientais, culturais, econômicas e tecnológicas e por processos participativos de planejamento, gestão e controle social.
Tem como objetivo promover o desenvolvimento rural sustentável no semiárido do Nordeste, área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), e busca reduzir os níveis de pobreza e desigualdades na região, promovendo a articulação de políticas públicas federais, estaduais e municipais. Além disso, visa qualificar os produtores e desenvolver a produção sustentável da agricultura familiar, por meio da assistência técnica e extensão rural.