VISIBILIDADE

Promovida pela Diretoria da Diversidade (DIV/DAC), ação exalta diversidade e ajuda trabalhadores a construírem uma universidade mais acolhedora

Lucci Laporta trouxe, além de suas vivências, dados sobre da população trans. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A Universidade de Brasília possui regulamentos internos que permitem às pessoas transgênero utilizar nome social. Mas nem todos sabem disso. Para difundir informações, desfazer mitos e levar acolhimento, a Diretoria da Diversidade (DIV/DAC) da UnB realizou, nesta terça (4), oficina de formação para atendimento a pessoas trans na instituição.

 

Conquista importante, o nome social garante que quem ainda não tem documentos com o nome que representa sua identificação de gênero tenha respeitada a sua dignidade. “A pessoa tem direito de ser chamada por um nome que a faça se sentir bem”, explica a assistente social e ex-aluna Lucci Laporta. Mulher trans, ela estava à mesa da ação. Juntamente com Maria Eduarda Krasny, estudante de Letras e ativista pelos direitos da mulher; Hiury Milhomem, assistente social da DIV; e Célia Selem, coordenadora da Diversidade Sexual na DIV.

 

Servidores da Faculdade de Planaltina (FUP), da Faculdade de Ceilândia (FCE) e do campus Darcy Ribeiro tiveram a oportunidade de ouvir relatos de acolhimentos feitos pela DIV. “São muitos os casos de quem atenta contra a própria vida, por situações que poderiam ser evitadas na Universidade”, relata Hiury.

 

“É difícil ser parte de um local em que você se sente excluída todo o tempo. É preciso pensar a questão para não reproduzir esses padrões”, defende Lucci. Já Maria Eduarda pontua que a Universidade ainda tem empecilhos a serem superados. “Troquei meu nome na identidade, mas no SEI [Sistema Eletrônico de Informações] continua o antigo”, relata.

 

Kátia Liberal, servidora da Secretaria de Administração Acadêmica (SAA) Central, perguntou quais seriam as dificuldades enfrentadas pelas estudantes, que deram como exemplo, pronomes de tratamento e artigos dessoantes com o gênero expresso pela pessoa.

 

Leandro Evangelista, servidor da FUP, lembrou que, no Sistema de Graduação (Sigra), a marcação de gênero só é possível como homem ou mulher, o que não contempla as pessoas que não se identificam com nenhum gênero ou intergênero. Fabiana Camargo, servidora da Biblioteca Central (BCE), sugeriu que haja mais capacitações sobre o tema, com elaboração de material e certificação dos participantes, para estimular a participação.

 

Interessada nas ações de capacitação da DIV, Luísa Baumgarten, lotada no Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) conta que sente falta de ações como a oficina. Para ela, as atividades ajudam a aprender e refletir sobre os perfis das pessoas que são atendidas e que convivem na comunidade acadêmica. “Dessa forma nos tornamos servidores melhores, mais preparados, e atendemos ao público de forma ética e responsável.”

 

COMO ATENDER MELHOR – As dicas de Lucci e Maria Eduarda para a comunidade acadêmica ser mais ativa no respeito à dignidade das pessoas trans vêm da experiência das duas. 

Arte: Camila Gentil/Secom UnB

 

Situações como dificuldade para o uso do banheiro, registro de faltas por causa do nome antigo registrado, professores que usam o nome correto, mas trocam artigo ou pronome que concorda com o gênero do nome foram apenas algumas das experiências vividas pelas duas.

 

Hiury dá a dica: "O essencial é estar atento à diversidade e ser mais uma peça da instituição para trabalhar na permanência das pessoas que chegaram até aqui, sem discriminação".

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.