Voltado para a produção de jogos temáticos, o projeto Recriar-se, da Faculdade de Saúde (FS) da Universidade de Brasília, lançou o jogo de tabuleiro Violetas: cinema&ação no enfrentamento da violência contra a mulher. Ele é destinado a estudantes e profissionais interessados no debate sobre questões de gênero e foi testado, apresentado e entregue a alguns departamentos da Universidade.
“O objetivo é, primeiro, jogar e se divertir e, segundo, refletir sobre as questões de gênero e violência contra a mulher”, diz a professora do Departamento de Enfermagem, Maria Raquel, coordenadora do Recriar-se e do Núcleo de Estudos da Educação e Promoção da Saúde e Projetos Inclusivos (Nesprom).
O Violetas é um jogo de tabuleiro cooperativo e pode ser jogado por 4 pessoas ou 4 duplas. Todos brincam contra o tabuleiro. Cada participante representa um personagem que integra uma rede de enfrentamento de violência contra a mulher: um operador de direito, um educador pesquisador, um cidadão do movimento de mulheres e um integrante de políticas públicas/profissional de saúde.
A finalidade é que todos participantes atuem de forma integrada para conter a violência contra a mulher, que se espalha por todo o tabuleiro. Ele é dividido em regiões, cada uma com cidades que possuem nomes de mulheres. Os jogadores devem responder perguntas relacionadas a questões de gênero que aparecem em cenas de filmes ou realizar ações estratégicas em defesa da cidadania para alcançar a vitória.
O Violetas teve cerca de quatro anos de desenvolvimento e diversos testes até seu lançamento. Ele é inspirado em jogos de tabuleiro de estilo europeu, caracterizados por serem mais interativos e desafiadores e onde a estratégia e as decisões tomadas pelos jogadores possuem grande peso. O grupo Recriar-se recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para elaboração do jogo.
ENTREGAS – No último mês, em reunião de conselho da Faculdade de Saúde, todos os departamentos, representados por seus diretores, receberam exemplares do jogo. A entrega também foi feita ao Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), ao Departamento de Serviço Social, ao Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), a instituições de ensino e a outros órgãos públicos que trabalham com o tema, como a Secretaria Adjunta de Políticas para as Mulheres.
“O tema de violência de gênero deve estar presente na formação dos profissionais, independente do curso. Isso faz parte da formação humana”, conta Maria Raquel.
JOGOS - O Violetas é terceiro jogo desenvolvido pelo grupo Recriar-se. Os outros foram o Banfisa, inspirando no Banco Imobiliário e (in)Dica-SUS, inspirado no jogo Perfil. Ambos têm o Sistema Único de Saúde (SUS) como tema central. Uma quarta atividade está sendo planejada pelo grupo: o Vidas Violetas, um jogo de cartas para complementar o VIOLETAS: cinema&ação no enfrentamento da violência contra a mulher.
Todos podem ser adquiridos na loja virtual hospedada no blog do Recriar-se. O Violetas custa R$ 165 e possui tiragem limitada.
Confira as condições para aquisição do jogo
GRUPO - O Recriar-se é um projeto vinculado aos grupos de pesquisa Gestão, Educação e Prática Social em Saúde e na Enfermagem (GEPS) e ao Núcleo de Estudos da Educação e Promoção da Saúde e Projetos Inclusivos (Nesprom), pertencente ao Departamento de Enfermagem, da Faculdade de Ciências da Saúde e ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam). Possui, ainda, parceria com o grupo Gênero, Saúde e Enfermagem da Universidade de São Paulo.