Antártica

Sexto continente é tema de simpósio na UnB

 

Por três dias, de hoje a sexta-feira (29), estudos e pesquisas científicas acerca da Antártica serão debatidos no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília. Trata-se do IV Simpósio da APECS-Brasil (Associação de Pesquisadores e Educadores Polares sobre Mar e Polos em Início de Carreira), que ocorre, pela primeira vez, fora do eixo sul e sudeste do país. O continente polar, cujas riquezas minerais e fauna representam destacada importância estratégica, é o único sem divisão geopolítica.

Da esquerda para direita: pesquisador Peter Convey e professor Paulo Câmara. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


O encontro tem como tema o legado e as perspectivas dos 25 anos do Protocolo de Madri, também conhecido como Protocolo ao Tratado da Antártida sobre Proteção ao Meio Ambiente. O professor do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da UnB Paulo Aguiar Câmara explica que o acordo define os procedimentos feitos na Antártica para preservar o meio ambiente local. Atualmente, o Brasil e outros 35 Estados ratificaram o Protocolo.


“Trabalhar lá é difícil. É um ambiente hostil, frio, complicado”, afirma o professor. Por essa razão, a APECS-Brasil estimula o jovem educador e pesquisador que se dedica a investigar os polos. “A APECS promove o encontro da nova geração de pesquisadores com os mais antigos”, diz Câmara.


Juliana Souza, vice-presidente da APECS-Brasil, comenta que a associação leva para outros públicos a pesquisa científica acerca dos polos. “Fazemos palestras em escolas e universidades sobre os estudos desenvolvidos”, detalha. Pesquisadores de diversos setores do conhecimento são membros da associação, desde biólogos e oceanógrafos a cientistas políticos.


Segundo o professor Paulo Câmara, as pesquisas brasileiras atualmente em curso da Antártica versam sobre mudanças climáticas, poluição, questões sobre clima, entre outros. “Lá é o grande ar condicionado do planeta. É o moderador do clima”, comenta. “Noventa por cento da água doce do globo se encontra lá, além de grandes fontes de recurso naturais como petróleo, gás natural e diamante”, continua.


“O programa brasileiro de pesquisa na Antártica não é muito grande, mas temos visto um crescimento rápido. Há muitos jovens cientistas com muito entusiasmo para estudar aquela região”, avalia Peter Convey, pesquisador britânico que dará palestra na quinta-feira, 28, sobre a biogeografia da região antártica, conectividade e desafios de conservação. 

Maquete da Nova Estação Antártica Comandante Ferraz. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

EXPOSIÇÃO – Durante os três dias de simpósio, está aberta para visitação a mostra O Brasil na Antártica e Amazônia Azul, realizada em parceria da APECS – Brasil com a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM). A exibição ocorre no Departamento de Botânica da Universidade. Lá, o visitante encontrará peças referentes a projetos brasileiros vinculados à Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), na Amazônia Azul e Antártica, como maquete da Nova Estação Antártica Comandante Ferraz, que está em construção. A entrada é franca.