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Com o tema Democracia: desafios para a Universidade e para a museologia, o 4º Seminário Brasileiro de Museologia (Sebramus), feito por professores, pesquisadores, estudantes e técnicos do curso de Museologia da Faculdade de Ciência da Informação (FCI) da UnB, propôs diversas atividades entre os dias 29 de junho e 1º de agosto de 2019.
O evento trouxe em seus eixos temáticos debates como: o reconhecimento dos saberes das populações tradicionais; o tombamento de bens ainda não consagrados; registro do patrimônio material e cultura; além do debate de direitos sociais e políticos, com ênfase na inclusão minoritária da sociedade. A programação contou com fóruns de graduação e pós-graduação, do qual participaram comunicadores e palestrantes de Brasil, Portugal, Uruguai e Rússia.
Com o auditório verde da Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas (Face) lotado, o Sebramus iniciou suas atividades na segunda-feira (29), recordando a trajetória do evento e da expansão do curso de Museologia pelo Brasil. Na mesa de cerimônia, estavam presentes a reitora Márcia Abrahão, a professora e coordenadora do curso de Museologia da UnB, Monique Batista Magaldi, o diretor da FCI, Renato Tarciso Barbosa, o professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, João de Melo Maricato, e o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador da Rede de Professores e Pesquisadores em Museologia, Bruno Melo de Araújo.
De acordo com a organizadora do Sebramus, professora Monique Magaldi, o evento proporcionou profunda reflexão sobre mudanças sociais, políticas e epistêmicas, com o fortalecimento dos compromissos éticos aos diferentes dilemas contemporâneos e reconhecimento dos espaços museológicos como espaços de poder. “Nesse espaço em que estamos, na Universidade de Brasília, somos ou esperamos sempre ser voltados a pensar na museologia como um espaço em que se deseja o diálogo, mas também necessitamos ser o espaço de perseguição crítica da realidade e das suas partes”, afirmou.
HISTÓRICO – A primeira edição do Sebramus ocorreu em 2014, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para propor um processo de redemocratização, com valorização de diversidade cultural e defesa da memória e dos direitos fundamentais. Para reunir todo o material desenvolvido nas últimas edições, a professora Magaldi anunciou a inauguração do repositório digital do evento. O repositório foi criado pelos professores da UnB, em parceria com os pesquisadores da projeto Museologia Virtual, também da FCI.
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Segundo Magaldi, foram muitos os desafios enfrentados pelo curso de Museologia na UnB, que completa uma década em 2019. Fruto do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o curso mostra-se consolidado academicamente.
“Entre as mais recentes conquistas estão o trabalho feito pelo curso de Museologia da UnB, composto por professores e pesquisadores, finalista ao Prêmio Rodrigo de Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, destaca a coordenadora. “E os avanços na produção da revista Museologia e Interdisciplinaridade, produzida pelos professores do curso e vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, que agora recebe uma nova versão em A4”, acrescenta.
Para o professor Bruno de Araújo, a última década da museologia no país foi marcada pelas políticas públicas voltadas a proteção cultural e incentivo à educação, predominante em seu início, em contraste com o retrocesso recente dos ataques às instituições de ensino e aos museus.
Orgulhoso, o professor destacou em números, as conquistas alcançadas pela área. “Podemos dizer que não somos poucos, somos 15 cursos de graduação, temos cinco pós-graduações e possuímos 35 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq”, exaltou. “No próprio Sebramus, damos o exemplo com mais de 350 trabalhos submetidos, distribuídos nos 15 simpósios temáticos, além de três mesas redondas e 15 conferências."
RELEVÂNCIA – O coordenador João Maricato parabenizou a comissão organizadora, o envolvimento e os esforços para concretização do evento e ressaltou a importância da área de museologia, pela proximidade que consolidou com a Ciência da Informação. “Fico feliz com a participação dos professores da área na pós-graduação, contribuindo no fortalecimento e qualificação do programa”, afirma.
“Considerando a situação vivida pelas universidades, um evento desta magnitude passou a ser um ato revolucionário e pela colaboração de todos os envolvidos, desde os servidores e estudantes aos professores e pesquisadores”, apontou o diretor da Faculdade de Ciência da Informação (FCI), Renato Tarciso.
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“Esta é uma universidade que já enfrentou inúmeros desafios, políticos e econômicos, dos quais prevaleceu forte e neste momento a presença mostra como estamos no caminho certo, o de continuar acreditando na educação e na democracia”, declarou a reitora Márcia Abrahão.
Ela cumprimentou os presentes e destacou a importância de os jovens comparecerem em eventos como o Sebramus. “Nós dependemos muito de vocês e da confiança que vocês depositam na academia, do contrário, não existirá futuro à universidade”, ressaltou.
A reitora compartilhou a paixão por museus, devido à sua área de atuação, a Geologia. “Embora me sinta leiga sobre a museologia, sei da importância deste campo de atuação e, por isso, estamos propondo ao governo a ampliação dos Museus de Brasília”, lembra. “Na capital, temos que ter um grande museu, um museu de referência internacional e todos nós temos esse dever de falar ao governador para criar este lugar para a sociedade”, opina. Em reunião com o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha em fevereiro, Márcia Abrahão abordou o assunto.
*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.