O Projeto Participar lançou uma nova ferramenta tecnológica para auxiliar na inclusão de jovens e adultos com deficiência intelectual. O software Somar estimula o desenvolvimento de habilidades ligadas à matemática, fundamentais à realização de tarefas cotidianas como: pagar compras em supermercado, conferir o troco da passagem do ônibus e controlar horário de medicação.
Para isso, são trabalhadas lições sobre o uso de cédulas monetárias e de calculadora, leitura de relógio digital, entre outras. O programa é gratuito e está disponível na página eletrônica do projeto.
A novidade tem sido utilizada em escolas de todo o país. “Nós temos um relatório de download que aponta que todos os estados do Brasil já dispõem do Somar”, afirma o coordenador do projeto, Wilson Henrique Veneziano, que atua no Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília.
CRIAÇÃO - O software Somar foi desenvolvido para complementar o trabalho pedagógico de professores que não possuíam uma ferramenta específica para colaborar com o ensino de matemática social a estudantes com deficiência intelectual. A tecnologia foi construída a partir dos conteúdos do currículo funcional natural na abordagem ecológica para pessoas com deficiência, definido pelo Ministério da Educação (MEC).
Os programadores Lucas Santiago e Tales Moreira, à época estudantes da Licenciatura em Computação, ficaram responsáveis pela construção do software. Durante quase um ano, os dois alunos trabalharam sob a orientação do professor Wilson Veneziano.
“Minha motivação sempre esteve em casa. A minha irmã tem Síndrome de Down e eu queria construir uma ferramenta para ajudar a ela e a outras pessoas que passam pelas mesmas dificuldades”, conta Lucas. Já Tales se aproximou do projeto pela possibilidade de trabalhar com a matemática. “Durante a graduação, eu dava aulas de matemática, então eu tinha a intenção de desenvolver um software que envolvesse essa área do conhecimento”, lembra.
Após o processo de programação, o software Somar foi testado em escolas da rede pública do Distrito Federal que atendem jovens e adultos com deficiência intelectual. A ferramenta foi validada por professores e alunos. “O desenvolvimento das habilidades funcionais trabalhadas no software e aplicadas na vida prática do deficiente intelectual possibilitou a utilização da matemática social como uma ferramenta pedagógica útil ao processo de inclusão”, aponta a coordenadora pedagógica do projeto, Maraísa Estevão Pereira.