ECONOMIA

Avaliações foram realizadas em parceria com governo federal

 

Os programas públicos de microcrédito demandam mais integração com ações voltadas à população de baixa renda e à formalização de mão de obra, além de serem necessários para o desenvolvimento econômico das cidades. Essas são algumas das constatações de estudo realizado pelo Centro de Pesquisas de Opinião Pública da Universidade de Brasília (DATAUnB) em cooperação técnica com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As informações foram divulgadas, nesta terça-feira (16), em auditório da Finatec, durante o seminário A Política e a Atividade de Microcrédito como Instrumentos de Trabalho e Renda e Inclusão Produtiva.

 

As pesquisas atendem à demanda do governo federal por propostas para o aperfeiçoamento do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO). Entre os resultados quantitativos, o estudo aponta o crescimento de 20% no volume de oferta de microcrédito entre o primeiro semestre de 2013 e o mesmo período do ano passado, quando os recursos ofertados chegaram a R$ 6,45 bilhões. O número de clientes atendidos no intervalo avaliado teve variação positiva de 19% e chegou a mais de 4,7 milhões de pessoas. "Há potencial para que essas políticas alcancem até 23 milhões de brasileiros", avalia o professor do Departamento de Sociologia Danilo Nolasco, um dos autores da pesquisa.

 

Apesar do aumento na concessão de crédito, o DATAUnB aponta que é necessário avançar na integração com outras políticas para o desenvolvimento social e econômico, com a utilização de estruturas como as do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Os pesquisadores defendem também o foco nas populações mais pobres e sugerem medidas para dar visibilidade às ofertas do PNMPO. Os resultados apontam a importância do agente de crédito e a demanda dos operadores por subsídio nas taxas de juros.

 

"A oferta de microcrédito é de extrema importância. Ela tem impacto na economia e traz para o mercado parte da população que teria dificuldade de acesso aos bancos", avalia o diretor do DATAUnB, José Angelo Belloni. Ele ressalta que os pequenos empreendedores costumam honrar seus compromissos. "A taxa de inadimplência entre os beneficiários é relativamente pequena. São pessoas que têm o nome limpo como patrimônio", diz.

José Angelo Belloni, diretor do DATAUnB. Foto: Gabriela Studart/UnB Agência

 

A vice-reitora da UnB, Sônia Báo, destaca a pertinência do estudo no cenário econômico atual. "Esses créditos movimentam a economia, resgatam postos de trabalho e habilitam mais pessoas para o empreendedorismo", afirma. Ao lado de professores e do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, a gestora participou da mesa de abertura do seminário. Além dos resultados da pesquisa, a programação do evento incluiu mesa de discussão sobre os impactos do microcrédito.

 

DATAUnB - Os pesquisadores compilaram informações sobre 118 instituições relacionadas ao microcrédito, entre elas cooperativas, Oscips, sociedades de crédito e bancos. Todos os segmentos apresentaram perspectivas de crescimento da atividade nos próximos cinco anos.

 

A abordagem da economia é apenas uma das linhas em que o DATAUnB atua. "Estamos nos habilitando para trabalhar em avaliações de políticas públicas em qualquer área", afirma José Angelo Belloni. O diretor elogia a qualidade dos pesquisadores da UnB e o suporte do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Fundação Universidade de Brasília (CDT).

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