Eficiente para o fortalecimento dos músculos, mas não é o único método, nem age sozinho. Essas são algumas das conclusões da palestra Eletroestimulação muscular para performance atlética, proferida na manhã desta segunda-feira (11), na Faculdade UnB Ceilândia, pelo professor da Universidade de Borgonha Nicolas Babault. Especialista em Medicina Esportiva, o docente europeu apresentou dados sobre o uso da estimulação elétrica para treinos e recuperação de atletas e pacientes tetraplégicos.
Os estímulos por meio de eletrodos em músculos de membros inferiores demonstram ganho de força, massa muscular e até da capacidade de saltar em atletas de alto rendimento, segundo os estudos acompanhados por Babault. Em jogadores de futebol, os resultados apontam ainda para a conquista de mais agilidade nos chutes. Atletas de rúgbi, ginástica e hóquei no gelo também estão entre os avaliados. O número de sessões, a frequência e o tempo de exposição à eletroestimulação variou de acordo com as características de cada modalidade.
Entre os pacientes tetraplégicos, os resultados em nove meses de utilização do método incluem ganho de força superior a 150%, a expansão da massa muscular e o aumento da densidade óssea. Nas aplicações para recuperação de atletas, o professor francês explica que "o objetivo principal é restaurar a capacidade muscular". Nesses casos, houve a redução de taxas como a da acidez muscular e o aumento da sensação de bem estar. "É importante dizer que, evidentemente, não há restauração da performance", diz.
A eletroestimulação muscular é um procedimento realizado apenas por especialistas. Há uma vasta gama de modelos de aparelhos, que podem variar de R$ 500 a R$ 20 mil.
INTERNACIONALIZAÇÃO - A palestra de Nicolas Babault foi uma das cinco agendadas para a Conferência internacional sobre estimulação elétrica aplicada à performance atlética e à população clínica. O evento reuniu 70 estudantes e professores no auditório da Unidade Acadêmica da UnB Ceilândia. "É muito importante para a internacionalização do campus. Apesar de novos, temos conseguido resultados expressivos em termos de produção e de projeção de nossas pesquisas", avalia o professor de fisioterapia e organizador da conferência, João Durigan.
A realização do encontro conta com recursos da Capes, por meio do Programa Ciência sem Fronteiras em apoio a pesquisadores visitantes. A cooperação inclui mais duas visitas do professor francês pelo Brasil nos próximos dois anos e o envio de pesquisadores à França. "Atuamos em parceria e pretendemos visitar a Universidade de Borgonha no segundo semestre", afirma João Durigan, também especialista em estimulação elétrica e pós-doutor em Plasticidade Muscular.