SISTEMA NEURAL

Rosana Lima, do curso de Engenharia Elétrica, teve trabalho reconhecido no XXIII Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica

Foto: LF Barcelos/UnB Agência

 

O trabalho sobre Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) não foi o único da Engenharia Elétrica, capitaneado por alunos de graduação, que foi premiado recentemente (veja aqui a matéria). Em outra área de pesquisa - Engenharia Biomédica -, Rosana Ribeiro Lima, 23 anos, construiu um trabalho premiado no principal evento da área no país. No último dia 4, ela recebeu o primeiro lugar no "Prêmio de Iniciação Científica" do XXIII Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica, em Porto de Galinhas, Pernambuco.

 

O Congresso acontece bienalmente e, em 2012, contou com mais de 700 trabalhos inscritos – divididos nas categorias de pós-graduação, recém-doutores e estudantes de graduação. Sob o título de Sistema Neural de Auxílio ao Diagnóstico Baseado em Alterações no Sistema Nervoso Autônomo, o artigo é um desdobramento do trabalho de conclusão de curso de graduação da aluna. Nele, Rosana Lima procurou um método de utilização de redes neurais para auxílio ao diagnóstico, com base nas alterações detectadas no sistema nervoso a partir da análise do sinal de variabilidade da frequência cardíaca. Ela teve a colaboração de Daniel Lucas Ferreira, aluno de iniciação científica que colaborou na etapa inicial, de pré-processamento dos sinais.

 

“Procurei métodos de auxílio a diagnóstico de doenças neurais. Para isso, compus todo um sistema que vai tratar o sinal e descobrir padrões entre eles para doenças e situações específicas. Com esse sistema, tornamo-nos aptos a classificar o que está acontecendo”, conta. Rosana Lima ressalta ainda a capacidade de adaptação do estudo a vários casos e aplicações. O professor João Luiz Azevedo de Carvalho, orientador de Rosana, endossa essa capacidade: “Análise já é comum em hospitais, o que ela fez foi analisar diversos sinais, trazer dados e relacioná-los quanto a redes neurais, de modo a usar essas redes para classificar diferentes grupos de indivíduos”.

 

Para o professor, a postura pró-ativa da aluna foi fundamental no processo de construção do trabalho. “A Rosana foi de uma dedicação exemplar. Fiquei feliz, especialmente porque foi minha aluna de iniciação científica e minha primeira orientanda depois que ingressei no Departamento de Engenharia Elétrica. Nesse meio tempo, ela mudou completamente o tema de sua pesquisa, o que se revelou um incômodo que ela soube superar perfeitamente”.

 

Rosana Lima devolve o crédito ao professor: “Trouxe essa ideia para o João Luiz e ele sempre me incentivou a pesquisar e encontrar o que era, de fato, meu interesse. Me fixei nesse tema e escolhi uma área onde posso avançar. O prêmio é mais um incentivo para isso, especialmente por estar em um campo, o de Biomédica, que ainda é bastante defasado no Brasil”.

 

MAIS PRÊMIOS - Quatro anos antes, em 2008, o próprio professor João Luiz Azevedo de Carvalho recebeu o prêmio "Jovem Pesquisador" desse mesmo congresso. Desde que ingressou no Departamento de Engenharia Elétrica, há pouco mais de dois anos, o grupo por ele liderado apresentou 11 trabalhos no congresso – nove deles escritos por estudantes de graduação, sendo sete apresentações orais.

 

Rosana Lima e Daniel Ferreira receberam auxílio financeiro do Decanato de Ensino em Graduação (DEG) para participar do congresso. Antes disso, em abril, Rosana já havia recebido auxílio do DEG para ir a Melbourne, Austrália, para participar do principal congresso internacional na área. Daniel prossegue como bolsista de Iniciação Científica por um ano.

 

“O prêmio e essas participações em congressos são um incentivo para que eu continue pesquisando. Por agora, não vou fazer mestrado, em razão de urgências profissionais, mas pretendo retomar esse tema em possível pós-graduação mais adiante”, afirma Rosana. Feliz com o desempenho da aluna, o professor João Luiz Azevedo lamenta apenas que o valor da bolsa de mestrado oferecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - de R$ 1.400,00 - não seja o bastante para que bons estudantes como a Rosana se motivem a continuar sua vida acadêmica.

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