CIÊNCIA

Presença de cientistas brasileiros no continente gelado vai virar material didático do Museu Virtual da UnB

 

O coordenador do Museu Virtual da UnB, professor Gilberto Lacerda Santos, e o fotógrafo Ronaldo Iunes embarcaram para uma expedição na Antártica na segunda-feira, 7 de março. A dupla ficará na Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz por 12 dias, em uma missão científica que registrará a presença do nosso país no Polo Sul. Fauna, flora, clima e o cotidiano de quem faz pesquisa por lá virarão a 6ª exposição do Museu Virtual da universidade (www.museuvirtual.unb.br), com previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano.

 

Gilberto é professor da Faculdade de Educação e Ronaldo é assistente de pesquisas no Laboratório Ábaco, da mesma unidade. A escolha do continente gelado como foco da próxima exposição partiu de uma demanda de alunos da rede pública. “Durante um dos trabalhos com a exposição virtual de Brasília, um grupo de crianças mostrou curiosidade sobre a Antártica”, conta Gilberto. “A Marinha imediatamente topou e virou parceira da iniciativa”, completa.

 

O professor acredita que a exposição será uma forma de esclarecer dúvidas e curiosidades não só dos estudantes, mas da população em geral. “Queremos colocar em evidência de que forma o Brasil está na Antártica. A ideia é mostrar como os brasileiros estão e por que estão lá”, explicou Gilberto.

 

Na bagagem da dupla há equipamento profissional para fotos e filmagem. “A nossa ideia é fazer com que as crianças das escolas aqui de Brasília possam ver e vivenciar a base da Antártica. Queremos fazer com que as pessoas se sintam lá”, diz Gilberto. A partir das fotografias, serão criadas maquetes da estação que poderão ser baixadas no Museu Virtual e impressas para montagem e colagem. “Queremos que as crianças construam a base”, afirma. “Todas as atividades do museu são acompanhadas de atividade lúcido-educativas”, explica o professor.

 

Para ele, a população desconhece a atuação brasileira no continente. “A presença do Brasil na Antártica não é demarcada por ação militar, mas por pesquisa científica. Todos os países do mundo têm uma extensão Antártica e o Brasil é um deles”, diz. “É um trabalho que busca botar em evidência um patrimônio que é de todos nós”. Durante a expedição, Gilberto e Ronaldo irão manter um diário de viagem na internet (www.viagemantartica.blogspot.com).

 

PREPARAÇÃO – A temperatura na Artártica chega a 75ºC negativos no inverno. Como agora é verão, fica em torno de 35ºC negativos. “É necessário vestir roupas especiais, cedidas pela Marinha do Brasil”, explica Gilberto. Quem embarca para a expedição só precisa levar algumas roupas de frio para a cidade do embarque, Punta Arenas, no Chile, e para a de desembarque, Ushuaia, na Argentina. Para não ter problemas com os trajes especiais, a Marinha toma todas as medidas – peso e altura – de quem irá na expedição.

 

Além disso, antes de embarcar para a Antártica, os pesquisadores tiveram de passar por uma série de exames, de audiometria – teste usado para medir a audição – a exames de coração.

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