Decano de Pequisa e Pós-Graduação (DPP), vice-diretor do Instituto de Biologia (IB), responsável por um vasto legado em pesquisas em neurociência. Essa é parte da história do professor Paulo do Espírito Santo Saraiva, que, após muito lutar, faleceu em decorrência de câncer há dois anos. Uma das maiores obras do pesquisador, o livro "Cérebro, Evolução e Pesquisa" foi recém-finalizado pelos professores Carlos Tomaz e Valdir Pessoa, antigos companheiros de laboratório. Em busca de publicação, o volume foi apresentado nesta quarta-feira, 30, na 16ª reunião da Comissão UnB 50 Anos, no Salão de Atos da Reitoria. De forma unânime, os participantes comprometeram-se a alavancar o projeto.
“Em mais de 30 anos de carreira, Paulo Saraiva desenvolveu de forma brilhante um trabalho que resultou nesse livro”, disse Carlos Tomaz na apresentação. Ele ressaltou a obstinação do pesquisador e a proximidade com a UnB. “Toda a sua vida acadêmica foi alicerçada com atividades na Universidade de Brasília”, lembrou. Para o professor Valdir Pessoa, o livro é diferente dos demais do gênero por lançar mão de outras áreas de elementos de diferentes áreas da ciência e por não possuir linguagem hermética. “É uma obra transdisciplinar”, avalia.
O livro passou por um processo final de revisão e já está pronto para ser publicado. A intenção dos cientistas parceiros de Paulo Saraiva é conseguir apoio da comissão para lançá-lo ainda no ano do cinquentenário. “Paulo merece essa homenagem”, disse o professor emérito Aldo Paviani. “Em se tratando de Paulo Saraiva, assino às cegas embaixo”, disse o também emérito Vladimir Carvalho. Professor aposentado do IB, Isaac Roitman afirma que a publicação “vai engrandecer a universidade” e informou que já havia abordado a questão com diretores da Editora UnB.
O coordenador executivo da comissão, Fernando Oliveira Paulino, parabenizou a proposta de publicação e disse que haverá esforços no sentido de lançar o livro até novembro. “Agora daremos encaminhamentos para editora e verificaremos uma data de publicação”, afirma.
PAUTA – A preservação da memória da Universidade de Brasília foi outro dos assuntos avaliados na comissão. A necessidade da criação de um espaço adequado para abrigar os acervos documentais, fotográficos e audiovisuais foi consenso entre os membros, que pretendem seguir com as discussões sobre o assunto mesmo após o fim das atividades do grupo. Também foi anunciado o estreitamento dos trabalhos em parceria com o Arquivo Público do Distrito Federal. “Uma universidade sem história é aleijada”, alerta Isaac Roitman.
O balanço da festa da Calourada, que fez parte da programação oficial dos 50 anos, a disponibilização de um ônibus para transporte de visitantes ao Instituto de Artes e a pretensão da UnB TV de transmitir com sinal digital estiveram entre os demais temas em pauta. A comissão volta a se reunir no dia 13 de junho.