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Aluno da Faculdade de Comunicação da UnB conta a história de haitianos traficados ao Brasil em webdocumentário

 

Chegada a hora de decidir o que faria como trabalho de conclusão de curso, o então estudante de jornalismo Murilo Salviano (24) uniu dois desejos.

 

Primeiro, o de contar uma boa história que tivesse relevância social. “Queria devolver um pouco do que foi investido em mim na UnB, uma instituição pública”, justifica.

 

Segundo, o de utilizar recursos da internet. “O webdocumentário é um formato pouco explorado pelos jornais brasileiros”, afirma. “Além de mais interativo, o internauta pode acessar o conteúdo que quiser.”

 

Salviano fez um webdocumentário sobre haitianos traficados ao Brasil que já lhe rendeu, neste ano, um prêmio na Expocom Centro-Oeste na categoria Produção Multimídia. “Em setembro será a premiação nacional”, lembra.

 

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A orientação foi do professor Fernando Oliveira Paulino, da Faculdade de Comunicação da UnB.

 

“Foi um grande desafio”, diz Salviano. “Comecei pesquisando sobre o Haiti e o processo migratório que se deu após o terremoto de 2010. Viajei sozinho ao Acre e à fronteira do Brasil com a Bolívia, onde até então não conhecia ninguém.”

 

Salviano passou duas semanas gravando entrevistas e imagens no estado do Acre, por onde milhares de imigrantes haitianos chegaram ao Brasil.

 

“Levei um gravador e uma câmera emprestados e fiquei hospedado na casa de pessoas que conheci pelo Couchsurfing”, conta.

 

“Queria ouvi-los, escutar a história deles. Na época que decidi me aventurar nessa história, notei que os jornais quando tratavam do assunto usavam muitos números para descrever os fatos. Mas poucos haitianos eram ouvidos”, explica.

 

Perguntado sobre o que mais lhe surpreendeu, o jornalista responde que foi “a ilusão que os haitianos têm do país”.

 

“Eles acham que o Brasil é um país de pujança econômica onde há trabalho abundante, principalmente por causa da Copa e das Olimpíadas, e ensino superior gratuito para todo mundo”, diz. “A gente sabe que não é bem assim.”

 

O documentário está disponível em dois idiomas: português e francês.

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