INTERNACIONALIZAÇÃO

Tecnologias da UnB são utilizadas para verificar cumprimento do tratado que bane realização de testes nucleares. Esta foi a primeira visita de Robert Floyd à América do Sul

Comitiva de Robert Floyd, secretário executivo do comitê preparatório da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, ligado à ONU, visitou o Observatório Sismológico da UnB. Foto: Mozaniel Silva/Secom UnB

 

O secretário executivo do comitê preparatório da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), Robert Floyd, visitou, em 1º de setembro, as instalações do Observatório Sismológico (Obsis/IG) no campus Darcy Ribeiro. Trata-se da primeira viagem do secretário à América do Sul desde que assumiu o posto, em 2021. Além do Brasil (onde passou por outras capitais além de Brasília), Floyd visitou Argentina e Uruguai.

Referência nacional em detecção de tremores de terra, o Obsis é o único centro de pesquisa no país a operar uma estação de detecção de infrassom, sendo capaz de monitorar eventos que emitem frequências inaudíveis ao ser humano, como é o caso dos testes nucleares clandestinos. Em parceria com a ONU, a tecnologia é utilizada para verificar o cumprimento do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, assinado e ratificado pelo Brasil em 1998.

“Convencidos de que o meio mais eficaz para obter o fim dos testes nucleares passava necessariamente pela assinatura de um tratado de banimento de testes nucleares universal, abrangente e internacional, foi aberto, para assinatura em Nova Iorque, em 24 de setembro de 1996, o Tratado para Proibição Completa de Testes Nucleares”, contextualiza o professor do Instituto de Geociências da UnB, George Sand.

Durante visita às instalações do Obsis, Robert Floyd foi apresentado a pesquisadores do Instituto de Geociências (IG). Foto: Mozaniel Silva/Secom UnB

 

O professor acompanhou a visita de Floyd às instalações do Obsis. Ele explica que, para garantir o cumprimento do tratado, está sendo montada uma rede de monitoramento internacional capaz de detectar, localizar e identificar explosões nucleares clandestinas com potência de até 1 quilotonelada realizadas em qualquer ambiente (massas continentais, áreas oceânicas e na atmosfera). Segundo Sand, a rede está quase concluída. As tecnologias sísmica e infrassônica da UnB integram essa rede de vigilância global.

Além da estação infrassônica, o Obsis possui uma estação sismográfica instalada no Parque Nacional de Brasília. Parte dos dados obtidos por essa estação são enviados, via satélite, para a sede do Centro Internacional de Dados em Viena, na Áustria, com a mesma finalidade de fiscalização.

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