GOVERNANÇA

Limitações orçamentárias e necessidade de soluções criativas nortearam os debates, realizados na última semana

 

Governança, profissionalização e inovação. Esses foram os temas tratados no Fórum de Gestão Pública, organizado pela Diretoria de Planejamento do Decanato de Planejamento e Orçamento (DPO) da Universidade de Brasília, na última quinta-feira (18), no auditório da Reitoria.

 

O decano César Tibúrcio, do DPO, abriu o encontro. “O período em que era possível vislumbrar gastos sem se preocupar com a receita acabou. Estamos em face a tempos difíceis. E isso exige adaptação de uso de verba e de recursos humanos. Precisamos fazer mais com menos. Precisamos usar a criatividade”, disse Tibúrcio. A diretora de Capacitação, Desenvolvimento e Educação do Decanato de Gestão de Pessoas (DGP), Josivania Farias, também participou dos debates.

Auditor federal do TCU Cláudio Silva da Cruz proferiu palestra sobre governança pública. Foto: Julio Minasi/Secom UnB

 

O fórum foi dividido em três palestras: governança pública; profissionalização da gestão; e boas práticas de inovação. A primeira ficou a cargo de Cláudio Silva da Cruz, auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU). “O Estado é um prestador de serviços públicos que devem ser adequados”, descreveu. “A liderança é fator crítico para uma governança de sucesso”, continuou.


Compromisso com transparência e desenvolvimento de conjuntos de práticas de gestão adaptáveis foram listados como pontos importantes para alcançar governança satisfatória. “É possível criar ciclo de gestão do conhecimento tomado em conjunto, e o TCU ajuda nisso. Estamos em um momento em que não temos verba para gastos. Ou a gente melhora, ou melhora”, encerrou.


Em debate com o auditor chefe da UnB João Luiz Domingues, durante o evento, Cruz afirmou que o Brasil está cada vez mais inserido no contexto global. “O país tem de falar a língua do mundo, cuja paciência para ineficiência é pequena”, afirmou. “As Olimpíadas são exemplo disso. Fomos muito pressionados e entregamos um bom evento. Capazes nós somos. Às vezes não estamos dispostos a empenhar a energia para isso”, completou.


RECURSOS HUMANOS – A professora Gardênia da Silva Abbad, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da UnB, proferiu a palestra sobre profissionalização da gestão. Segundo ela, em tempos de pouca disponibilidade de verba para realizar ações, é importante encontrar formas de otimizar o trabalho desempenhado pelos profissionais. 

 

Professora Gardênia Abbad reforçou a importância do papel desempenhado pelos servidores técnico-administrativos no funcionamento da Universidade. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Abbad, que já foi decana de Gestão de Pessoas da UnB (DGP), afirma que deve haver harmonia na busca por desempenho, resultados e bem-estar no trabalho. Acerca das universidades federais, ela chama atenção para as questões específicas dos servidores técnico-administrativos.

 

“Há necessidade de disseminar a cultura de que é bom ser servidor público, mas a função exige responsabilidades”, disse. No tocante à Universidade de Brasília, Abbad afirma ser necessário fazer um banco de talentos atualizado para alocar os servidores adequadamente nas oportunidades de serviço que surgem, de acordo com suas expertises e qualificações.


INOVAÇÃO – Jean Philippe Cançado, consultor do Instituto Publix e integrante da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação, falou sobre boas práticas de inovação na gestão pública. Para ele, inovação está ligada a mudanças duráveis que impactam largamente a organização.

 

Cançado falou sobre inovação na gestão pública. Foto: Julio Minasi/Secom UnB

 

O palestrante afirma que em momentos em que o orçamento é limitado, é preciso aumentar a inovação em serviços, a qualidade e a eficiência. “Diferentemente do setor privado, o setor público, ao inovar, deve difundir as boas práticas”, explicou.


Segundo Cançado, o objetivo da inovação é aumentar a eficácia e melhorar os produtos e serviços entregues pelo setor público aos beneficiários, ou seja, aos cidadãos. Além disso, ele ressalta que a satisfação do público deve ser considerada, bem como seu envolvimento e o de parceiros, e deve-se notar, também, a resposta do ambiente frente às inovações. "Para inovar, deve-se procurar produzir e criar ações junto com os beneficiários, além de direcionar o pensamento de inovação ao usuário", ensinou.