ESPORTE

Equipe da UnB se prepara para disputar torneio universitário na Colômbia. Atletas buscam recursos para viabilizar viagem

Equipe de rúgbi feminino da UnB está de malas prontas para a Colômbia. Foto: divulgação/DEA/DAC

 

A obstinação por um esporte ainda pouco difundido no país vai levar atletas da Universidade de Brasília para Bogotá (Colômbia). Campeão da Liga Desportiva Universitária (LDU/CBDU), o time de rúgbi feminino da instituição vai representar o país nos Jogos Sul-Americanos Universitários, que ocorrem na capital colombiana a partir de 20 de setembro. A participação inédita é resultado de planejamento e do empenho das meninas, que intensificaram os treinos desde o ano passado.

 

“Eu me sinto bem feliz e realizada. Estamos colhendo os frutos de um trabalho sério. É consequência do empenho de um grupo que tem crescido muito desde 2016”, diz a treinadora e atleta, Camilla Civatti. Estudante de Educação Física, ela avalia a vaga no torneio sul-americano como o melhor momento da equipe e já busca informações sobre as adversárias. “Ainda não sabemos muito sobre os outros times, mas tenho corrido atrás de informação. Tradicionalmente, a Argentina e o Chile são fortes no rúgbi”, afirma.

 

Para a treinadora, o rúgbi da UnB deixou de ser apenas recreativo para ganhar status de time de competição. “Temos melhorado em quatro quesitos fundamentais: físico, psicológico, técnico e tático-estratégico”, afirma. “Antes, a gente brincava de rúgbi. Agora, a gente treina”, completa. A equipe se reúne três vezes por semana no Centro Olímpico em sessões que podem se estender por mais de duas horas.

 

A intensificação do treinamento é uma bandeira de Camilla desde que entrou na UnB, em 2014. A proposta foi abraçada e hoje a lista de chamada dos treinos, antes pouco concorridos, chega a ter 45 nomes. “O crescimento da procura foi exponencial. Com esse trabalho, podemos ir muito longe”, afirma a vice-capitã do time, Érica Oliveira. 

 

Os encontros do rúgbi feminino mesclam universitárias e atletas de fora. Comissão técnica e jogadoras apostam na troca de experiência para elevar o nível da equipe. O time da Universidade é o único com atividades regulares no Distrito Federal.

Meninas do rúgbi da UnB intensificaram treinos e ganharam mais adeptas ao esporte. Foto: divulgação/DEA/DAC

 

BOGOTÁ – A alegria pela viagem mistura-se com a apreensão para conseguir os recursos financeiros necessários. A intenção da equipe é levar pelo menos 14 atletas à Colômbia. O mínimo para confirmar a participação são dez atletas. A inscrição custa 60 dólares ao dia (são quatro dias de competição) por participante e inclui hospedagem, transporte local e três refeições diárias. Para essa e as demais despesas, como outros deslocamentos e emissão de passaportes (podem ser necessários a depender das escalas do voo), a equipe solicitou auxílio viagem à UnB no valor de R$ 1.250 por atleta.

 

O maior dos custos é a passagem aérea, que foi requisitada via Compete Brasília, programa do governo local que incentiva a participação de atletas de alto rendimento em campeonatos nacionais e internacionais. Além disso, as meninas iniciaram uma “vaquinha virtual”, vendem rifas e pretendem promover um bazar para arrecadar os valores necessários.

 

Responsável pela área esportiva da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA/DAC), Alexandre Rezende diz que os recursos que dependem da Universidade estão garantidos. Ele explica que o orçamento institucional previa o financiamento de editais de Auxílio Viagem Individual. “Tivemos também a mudança do JUBs, antes previsto para o Nordeste, para Goiânia. Isso vai fazer com que poupemos recursos com transporte”, diz ele em referência aos Jogos Universitários Brasileiros, agendados para outubro.

 

“Tivemos boas conversas com representantes da Secretaria do Esporte, Turismo e Lazer. Espero com otimismo que dê tudo certo na viagem do rúgbi feminino. Tenho certeza que elas vão representar bem a UnB, o Distrito Federal e o país”, afirma Rezende.

 

DESCONHECIMENTO – Muito popular no Reino Unido e em países como África do Sul e Austrália, o esporte da bola oval ainda é visto com curiosidade no Brasil. “Em algumas reuniões de família já me perguntaram o que era rúgbi”, diz a atleta e estudante de Nutrição Taynara Almeida.

 

Uma das contribuições do time da UnB tem sido garantir mais visibilidade ao esporte. “Antes, até na Educação Física, o rúgbi era desconhecido. Percebo que isso tem mudado bastante”, afirma a treinadora Camilla Civatti.

 

Ao longo de mais de 150 anos de história, o rúgbi ganhou milhões de adeptos e diferentes formações para o jogo. Há variações com 15, 13, 11 e sete integrantes por equipe. Esta última é olímpica desde 2016 e é a que será disputada na competição universitária colombiana.

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