EXCELÊNCIA

Alto nível do centro montado pela Universidade de Brasília atrai brasileiros e estrangeiros na reta final do treinamento. Resultado na competição renderá vagas nas Olimpíadas deste ano

Foto: Isa Lima/Secom UnB

 

Atletas brasileiros e estrangeiros buscam o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais (CESO) da Universidade de Brasília para realizar os últimos ajustes nas técnicas antes do mundial da modalidade, que será realizado entre 19 e 24 de fevereiro, no Rio de Janeiro. A Copa do Mundo de Saltos Ornamentais é um evento-teste para as Olimpíadas deste ano, que também terão lugar na capital fluminense, entre 5 e 21 de agosto.

 

Entre os estrangeiros que usarão a estrutura do Centro de Excelência, estão representantes das equipes do Canadá, Grécia, Geórgia, Polônia, Austrália e Venezuela. Esta última já tem atletas treinando no CESO desde o fim de janeiro. O técnico WinYun Hu se surpreendeu ao chegar ao lugar. "Superou minhas expectativas, porque na Venezuela nós não temos um centro tão completo, com piscina, cintos de segurança, entre tantas outras coisas que este da UnB tem," afirma.

 

A venezuelana Maria Betancourt, que competirá nas provas de plataforma e trampolim de três metros da altura, passou por uma cirurgia na mão e aproveita toda a infraestrutura do Centro de Excelência da UnB para se recuperar o quanto antes. "Já estou um pouco melhor. Tenho treinado bastante para atingir meu objetivo, que é conquistar medalha na Copa do Mundo," conta Maria.

Técnico da Venezuela se surpreendeu com a estrutura do CESO. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Seu colega de equipe Jesús Liranzo, estreante no mundial de saltos ornamentais, lembra que o time veio a Brasília após treinos pesados na Espanha. "Trabalhamos muito, nos dias do Natal e Ano Novo inclusive, e agora viemos para cá, que é muito bonito e também tem bons equipamentos. É curioso o clima daqui, que ora chove, ora faz sol, mas é bom para a aclimatação para a Copa e as Olimpíadas no Rio de Janeiro," afirma o atleta.

 

O delegado da Venezuela, Rafael Gonzalez, está satisfeito não só com a estrutura física do Centro de Excelência – segundo ele, "pequeno, mas acolhedor" –, mas também com todos aqueles que se dispõem a auxiliar quem vem de fora. "A equipe aqui conta com psicóloga, fisioterapeuta... estão todos sempre dispostos a ajudar. O calor humano é típico da América do Sul, e estamos nos sentindo em casa", relata.

 

Atual campeão brasileiro e sul-americano na plataforma de 10 metros e com experiência nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, Pequim em 2008 e Londres em 2012, além dos Jogos Pan Americanos do Rio de Janeiro em 2007 e de Guadalajara em 2011, o brasileiro Hugo Parisi considera muito importante esse momento de convivência com atletas de outros lugares. "O legal é que sempre buscamos outros lugares para treinar e elevar nosso nível ao máximo antes da competição. Treinar com outros atletas faz muita diferença e, desta vez, está acontecendo o inverso: eles que estão vindo treinar aqui. Está sendo uma experiência nova e bem legal. E eles só estão fazendo isso porque temos um bom centro de treinamento," avalia o experiente Parisi.

Arte: Marcelo Jatobá/Secom UnB

 

Ricardo Moreira, técnico da seleção brasileira de saltos ornamentais e coordenador do centro de excelência, ressalta que, nessa etapa da preparação para os campeonatos, é muito positivo estar com atletas de outros países. "Treinar junto é diferente, porque vemos como cada um trabalha para chegar bem numa competição, e isso é muito bom para os atletas e para os técnicos. É como se todo treino fosse já uma competição, porque eles veem os atletas adversários fazendo saltos muito bons e também querem fazer saltos melhores, então o nível cresce a cada dia," constata o treinador.

 

Jackson Rondinelli, que disputará novamente a medalha na plataforma sincronizada ao lado de Hugo Parisi (a dupla foi a vencedora da mesma prova no Troféu Brasil de 2015, também realizado no Centro de Excelência em Saltos Ornamentais da UnB), destaca que a interação com atletas de outros países antes do torneio já coloca todos no clima da briga por medalhas. "Mas nos saltos ornamentais há uma família muito grande, todos nos falamos, trocamos ideias. Existe uma competitividade, mas só na hora das provas", garante o atleta.

Para Luana Lira, participar das Olimpíadas é um sonho. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

A paraibana Luana Lira, que trocou as praias de João Pessoa pela piscina e toda infraestrutura do CESO de Brasília, está confiante. "Aqui tem tudo o que um atleta de saltos precisa, tanto na piscina como dentro do ginásio – porque tudo o que fazemos na piscina, temos que fazer antes dentro do ginásio. Cada detalhe tem que ser treinado. Se tudo der certo, será minha primeira Olimpíada. É isso que eu quero, vou realizar meu sonho e estou treinando para isso", arremata a atleta de 19 anos.

 

CESO – O Centro de Excelência em Saltos Ornamentais da Universidade de Brasília nasceu como um projeto, em 2005, durante curso de especialização na Faculdade de Educação Física da UnB. A parceria entre a Universidade e o Ministério do Esporte viabilizou sua construção, e o CESO foi inaugurado em março de 2014. Desde então, diversos atletas têm treinado e competido no Centro Olímpico.

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