ROBOCUP

Time UnBeatables recebeu a única premiação nacional no nível universitário. Andróide programado com software da Faculdade de Tecnologia conquista 1º lugar em uma das categorias mais importantes

Foto: Isa Lima, Secom UnB

 

A Universidade de Brasília (UnB) foi premiada em uma das categorias mais importantes da RoboCup 2014. O time UnBeatables, do Laboratório de Automação e Robótica, da Faculdade de Tecnologia, conquistou o 1º lugar na competição “drop-in only”, da Liga de Plataforma Padrão - Standard Platform League, e o 15º no “drop-in geral”, da mesma categoria.

 

É a primeira vez que uma equipe da UnB participa da competição mundial de robôs, realizada este ano em João Pessoa, na Paraíba.

 

Professora do Departamento de Engenharia Elétrica, Mariana Bernardes acompanhou os estudantes e explica que apenas três troféus da RoboCup 2014 ficaram no Brasil. “Recebemos a única premiação nacional na competição Major, nível universitário. Os outros dois prêmios, na categoria Júnior, foram para a escola municipal Heitor Villas Lobos, de Porto Alegre (RS)”, afirma Mariana.

 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Criada em 1997 com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de tecnologia na área de robótica, a RoboCup tem como atração principal o campeonato de futebol disputado por robôs.

 

São cinco ligas, separadas por tamanho e modelo. As regras de jogo são adaptadas às máquinas. A intenção dos organizadores é, até 2050, formar um time capaz de competir com os vencedores da Copa do Mundo da FIFA.

Foto: Reprodução

 

Com o nome UnBeatables (invencíveis na tradução do inglês), o time da universidade concorreu na Liga de Plataforma Padrão – Standard Platform League. Nessa categoria, as equipes usam somente robôs Nao, fabricados pela empresa francesa Aldebaran Robotics. A máquina é considerada uma das mais avançadas do mundo: tem 25 juntas, duas câmeras, um acelerômetro e sensores que podem medir a distância dos objetos.

 

Na disputa, não há nenhum comando por controle remoto. O desafio dos participantes é desenvolver programas para que os robozinhos ajam de forma independente. “Trabalhamos com inteligência artificial. Construímos sistemas de locomoção, coordenação motora, noção de espaço. O grande desafio é fazer uma programação robusta, bem pensada. Ele tem que saber reagir de forma autônoma. Não pode travar no meio da partida”, explica Mariana.

 

Para isso, os estudantes da UnB criaram softwares de código livre para o sensor de sonar, que está instalado no peito do robozinho e identifica obstáculos para a IMU, uma espécie de ouvido interno da máquina, responsável por sua orientação espacial, além de um programa para analisar situações e decidir o que fazer.

 

“Temos de imaginar todas as possibilidades de jogo, porque não há um controlador humano para determinar o comportamento na hora da partida”, afirma.

 

Após um longo processo, a equipe da UnB adquiriu dois robôs Nao. Os estudantes tiveram menos de um mês para testar os programas nas máquinas. “Fizemos simulações em um robô emprestado, mas, mesmo com as dificuldades, conquistamos uma grande vitória”, comemora.

 

Batizados de Ronaodo e Naomar, em alusão aos ídolos da seleção brasileira, os robozinhos da UnB ficaram em 15º lugar entre 23 times que disputaram a competição mista – direcionada a instituições que ainda não possuem equipamentos suficientes para concorrer na categoria de cinco jogadores. Entre as equipes que apenas participam dessa etapa, a equipe da UnB logrou o primeiro lugar.

ATENÇÃO O conteúdo dos artigos é de responsabilidade do autor e expressa sua visão sobre assuntos atuais. Os textos podem ser reproduzidos em qualquer tipo de mídia desde que sejam citados os créditos do autor. Edições ou alterações só podem ser feitas com autorização do autor.