
A terceira colocação no Campeonato Brasileiro de Duatlo, disputado em Manaus no fim de abril, rendeu a Nayara Chagas uma vaga no mundial da Austrália. Depois de despontar em corrida de 15 km intercalada por uma pedalada de 40 km, a estudante de Educação Física busca agora os recursos necessários para a viagem. "Tenho até agosto para confirmar", diz. Apenas a campeã brasileira garantiu o pagamento das despesas na competição internacional, agendada para os dias 17 e 18 de outubro.
A conquista de Nayara tem ainda mais peso depois de voltar de período de lesões. "Quebrei a clavícula ao cair da bicicleta em competição no fim do ano passado", conta. A atleta também sofreu com desconforto no tendão que a fez desistir de uma das provas de corrida em que representaria a Universidade de Brasília na edição 2015 dos Jogos Universitários Brasileiros. "Agora estou cem por cento", garante.
Vestir a camisa da UnB é um dos orgulhos de Nayara, uma das contempladas pela Bolsa Atleta Universitária. "É muito bom porque é a instituição em que estudo", diz. "Existe um esforço da Universidade em apoiar os atletas", completa a estudante, medalhista de bronze pela instituição nos JUBs de 2011.
POLIVALENTE – O duatlo não aparece na lista das competições universitárias oficiais, por isso Nayara Chagas costuma disputar apenas provas de corrida pela UnB. Mas outra modalidade tem atraído cada vez mais a atenção da estudante: o triatlo, que acrescenta prova de natação ao ciclismo e à corrida.
Ela tem se destacado em etapas nacionais da categoria, foi vice-campeã brasiliense no ano passado e pretende disputar o Challenger de Florianópolis em novembro. A concorrida prova exige 1,9 km de natação, 90 km de pedaladas e 21 km de corrida. "O ponto que mais preciso evoluir é a natação", avalia. Para isso, a estudante tem treinado em clubes da cidade e na piscina do Centro Olímpico.
"A Nayara está em constante evolução", afirma o técnico de natação da UnB, Fábio Costa. "Melhorar é sempre possível, até os campeões olímpicos têm pontos a aprimorar", diz. Segundo o treinador, a atleta enfrenta a barreira de não ter um histórico como nadadora, mas reúne condições de baixar os tempos de prova e competir com as principais atletas do país.