
Representar o país como jogador de futebol é um desejo de criança de Alexandre Alves, o Esquerdinha. Aos 22 anos, o estudante de Ciência Política da Universidade de Brasília vê de perto essa oportunidade com a convocação para integrar o grupo de 25 atletas pré-escolhidos para a seleção brasileira universitária que disputará em julho a Universíade de Gwangju, na Coreia do Sul. “É a realização de um sonho”, diz.
A chamada para vestir a camisa do Brasil veio por e-mail. “Quase apaguei. Achei que era spam”, diz Esquerdinha com sorriso no rosto. Logo após avisar à família, o estudante ligou para o treinador do Clube Desportivo Futebol UnB (CDF/UnB), Renato Vieira. “Estamos muito satisfeitos. A qualidade dele é indiscutível”, afirma o técnico.
Alexandre Alves atua no time da UnB desde 2010, quando ainda cursava História, graduação concluída no ano passado. Meio-campista habilidoso, ele começou a levar o futebol a sério por volta dos 10 anos de idade. Jogou em equipes como o Cruzeirinho, a União Guaraense e o RB São Paulo. A trajetória como jogador foi prejudicada há três anos por lesões nas duas canelas. “Optei por focar nos estudos. História é uma área que amo”, afirma.
Para o técnico Renato Vieira, a convocação pode representar uma guinada na carreira esportiva de Esquerdinha. “Não me surpreenderá se ele não voltar de Minas Gerais”, avalia, em menção a possibilidade de que algum clube profissional mineiro contrate o jogador. O estado do Sudeste será sede dos treinamentos da seleção universitária, que deverá enfrentar times locais para se preparar. Os jogos-treinos servirão para a avaliação do grupo, que será reduzido para a viagem à Coreia do Sul.

FORÇA COLETIVA – Jogador e técnico fazem questão de lembrar que o sucesso do atleta é resultado do trabalho em equipe. “Se não tiver a força de um grupo, não se consegue nada no futebol”, afirma Renato Vieira. Esquerdinha elogia os companheiros de time e enxerga potencial no CDF/UnB. “Espero que essa convocação abra portas para o grupo e para o clube”, diz o estudante.
O coordenador esportivo da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA/DAC), Carlos Alberto Diniz, avalia a convocação como fruto do “trabalho sério que a universidade tem feito dentro e fora de campo”. Ele destaca o aumento da oferta de bolsas, que beneficiou o próprio Esquerdinha, e também os serviços prestados por treinadores qualificados. “Ainda precisamos de investimentos, mas estamos no caminho certo”.
A decana de Assuntos Comunitários, Denise Bomtempo, comemora a convocação. "Esses destaques impulsionam o esporte na universidade", diz. A gestora ressalta a importância da Bolsa Atleta Universitária para "fomentar boas práticas e revelar talentos".
A Federação do Esporte Universitário do Distrito Federal também se manifestou. “Ainda não recebemos o comunicado oficial, mas para nós é muito importante termos atletas de Brasília em destaque”, afirma Tatiana Weysfield, vice-presidente da instituição.