Naquela semana de fevereiro de 1922, entre os dias 11 e 18, houve uma tremenda revolução em várias formas de manifestação artística quer nas artes plásticas, literatura, poesia, música e teatro.
O Brasil viveu A Semana de Arte Moderna revelando nomes de artistas até então desconhecidos na sociedade da época.
Aquela semana foi bancada, financeiramente, pelas famílias quatrocentonas da elite paulistana. Revolucionários, loucos, desvairados, “subversores da arte”, “espíritos cretinos e débeis”, “futuristas endiabrados” e demais adjetivos encontrados pelos reacionários para denominar aqueles seres vanguardistas como: Mário e Oswald de Andrade, Victor Brecheret, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos. A atividade ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo.
Aqui vai uma homenagem aos arrojados artistas que souberam se impor diante do tradicionalismo estético vigente até aquele momento.
D E T U D O Q U E E S T Á A L I
Gosto dos que estão ali,
De tudo que fez Dalí,
E do Mohamed-Ali.
De tudo que está além,
Em busca do vai e vem,
À procura de alguém.
Dos aliens e alienistas,
De poucos alienados,
Dos loucos e desvairados.
Humanos e humanoides,
Mal sabem ainda quem são
Com sonhos de debiloides.
Christina Maria Pedrazza Sêga
Pesquisadora em Comunicação – UnB