Vontade e determinação movem as quatro horas diárias dos treinos realizados pelas seis equipes infantis do Centro de Excelência em Saltos Ornamentais da UnB. As 32 crianças matriculadas no centro realizam atividades no ginásio para treinamento a seco e nas piscinas do Centro Olímpico de segunda a sexta-feira. Um ritmo intenso de atividade para atletas pequeninos, com idade entre 6 e 12 anos.
“O salto ornamental é um esporte em que tudo ocorre muito cedo”, avalia Gabriel Serra, treinador do centro. Segundo ele, é preferível que as crianças iniciem no esporte antes mesmo dos 11 anos de idade. “É melhor começar quando pequenininho e chegar à adolescência com habilidades motoras necessárias para aprender com facilidade os movimentos mais complexos”, explica.
Os gêmeos Ana Luisa e Luiz Moura são dois frutos dessa investida. Há um ano, quando começaram os treinos, os garotos sequer tinham ouvido falar no esporte. Agora, aos 11 anos de idade, os dois despontam na categoria de base. No último Campeonato Brasileiro Infantil, realizado no ano passado, os irmãos subiram ao pódio. Ela foi vice-campeã na plataforma de três metros, e ele ficou em terceiro lugar em três modalidades: plataforma de um metro, plataforma de cinco metros e trampolim de um metro sincronizado.
“É muito bom treinar. Eu espero ir para uma olimpíada. Quero ser um grande saltador, igual ao Hugo”, afirma Luiz, em referência a Hugo Parisi. O atleta olímpico treina no centro e é fonte de inspiração para as crianças do lugar. “Ele sempre me influencia. Se eu tenho um salto para fazer e tenho medo ele me diz algumas coisas, eu perco o medo e faço o salto”, completa o garoto de 11 anos.
INGRESSO – Para participar dos treinamentos do Centro de Excelência em Saltos Ornamentais da UnB é preciso passar por uma seleção. O período de inscrições para o exame ocorre no início do semestre letivo. Os treinadores do centro realizam a triagem e escolhem os jovens a partir de testes físicos. “São selecionados apenas as crianças que apresentam a qualidade e o potencial para serem atletas”, diz Gabriel Serra.
No entanto, o treinador afirma que em casos excepcionais é possível abrir exceções e realizar a seleção fora do prazo. “Se você conhece uma criança e acredita que ela tem potencial, aquela bem espoleta, pode trazê-la até o centro que a gente faz um teste”, garante.