Será definida neste sábado (9) a cidade que receberá os Jogos Mundiais Universitários (Universíade) de 2019. A comitiva brasileira, responsável por apresentar o projeto da capital do país para o evento, seguiu para a cidade de Bruxelas, na Bélgica, onde será anunciado o local da 30ª edição da Universíade. Entre os integrantes, está o reitor da Universidade de Brasília, Ivan Camargo, representando a instituição, que será um dos palcos do megaevento esportivo.
A escolha da cidade-sede da Universíade será feita por 27 membros do Comitê Executivo da Federação Internacional de Esporte Universitário (FISU), composto por representantes de vários países. Entre eles, o brasileiro Luciano Cabral, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU). Dentre os critérios avaliados em cada candidatura, estão a capacidade técnica e financeira de realizar o evento, que reúne mais de 10 mil pessoas, entre atletas e voluntários, e é conhecido também como Olimpíadas Universitárias. “O presidente da FISU veio aqui [em outubro, visitou o Centro Olímpico da UnB]. Esteve com a presidente Dilma e com o governador Agnelo, que mostraram a disposição do governo em realizar o evento”, conta o reitor, Ivan Camargo. De acordo com ele, “nossas chances são enormes”.
O professor André Luiz Teixeira Reis, vice-diretor da Faculdade de Educação Física (FEF), diz ainda que os membros da FISU talvez considerem o fato de Brasília estar na rota das competições mundiais. A capital do país sediou, em 2013, as Olimpíadas Escolares Mundiais (Gymnasiade), a abertura da Copa das Confederações e receberá, nos próximos anos, sete dos 64 jogos da Copa do Mundo de 2014, além das Olimpíadas de 2016. “A gente não sabe o que passa na cabeça de cada delegado. Pode ser que pensem que temos muitos eventos e mais um será um problema porque virão mais gastos públicos. Ou não. Que já demonstramos capacidade de gerir megaeventos”, explica.
LEGADO – Brasília disputa a vaga de cidade-sede da Universíade de 2019 com outras duas candidatas: Baku, no Azerbaijão, e Budapeste, na Hungria. O reitor lembra que a grande preocupação da FISU, organizadora da Universíade, é o impacto que o evento trará para a cidade-sede dos jogos, que deverá destinar recursos para a realização de obras e melhoria de infraestrutura. “Essa é a questão mais importante que a Comissão da FISU veio falar. Não pode ser um elefante branco”, diz.
Estima-se que com a realização da Universíade em Brasília, o Centro Olímpico da UnB receba um investimento de R$ 150 milhões para adequar-se às determinações da organização e receber parte das competições. “Vai ser uma grande mudança. Vamos reformular o nosso CO e fazer com que ele seja usado não só pela comunidade universitária, mas pela comunidade de Brasília”, diz o reitor da UnB.
Para o professor André, o evento não trará apenas investimentos, será também uma oportunidade de repensar as políticas de incentivo ao esporte universitário. “Ganhar uma Universíade é uma coisa muito séria. Dinheiro e construção não vão resolver o problema do esporte universitário no Brasil. Temos que pensar numa política estruturante do esporte universitário na UnB”, completa.