ESPORTE

Dispostos a superar todos os obstáculos que aparecem pelo caminho, alunos e colaboradores da UnB participam de maratonas nacionais

 

Foto: Júlio Minasi


O atletismo da Universidade de Brasília foi, por muito tempo, referência nacional, seja na descoberta de talentos ou pela estrutura oferecida aos seus atletas. As histórias do passado hoje inspiram pessoas que, de alguma forma, estão ligadas à UnB. Mesmo com diferentes perfis, a paixão pela corrida motiva três personagens do cotidiano da Universidade a superar vários obstáculos e a se desdobrar para disputar maratonas pelo país.

 

É o caso de Carlos Henrique de Souza. O baiano de 63 anos trabalha desde 1991 na UnB, atualmente na portaria da Faculdade de Direito. As maratonas entraram há 12 anos em sua rotina. Ele garante que a prática da modalidade lhe trouxe vários benefícios. “A corrida é minha vida. Antes de começar a correr, tinha várias doenças. Com o esporte, conheci muitas coisas boas da vida. Ele me trouxe mais saúde, disposição e alegria”, relata.

 

Nesses 12 anos, a corrida proporcionou histórias a Carlos Henrique, que já representou a UnB em diversas provas no Distrito Federal e em competições tradicionais, como a São Silvestre (São Paulo) e a da Pampulha (Belo Horizonte). O esporte também lhe proporcionou a experiência de conhecer diversas cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Foz do Iguaçu, Goiânia, Salvador e Natal.

 

Ele possui mais de 100 medalhas conquistadas e uma extensa coleção de troféus. Sem apoio ou patrocínio, enfrenta diversas dificuldades para praticar a modalidade. Ainda assim, garante estar entre os melhores do Brasil na categoria que compete, entre 60 e 64 anos. O porteiro divide sua rotina de treinamentos entre as pistas de atletismo do Centro Olímpico da UnB e uma pista em Planaltina. Para melhorar seu desempenho, conta com dicas que recebe de colegas corredores e, quando possível, de professores da Faculdade de Educação Física.

 

Porteiro Carlos Henrique de Souza já representou a UnB em várias provas. Foto: Júlio Minasi

SUPERAÇÃO - Outro amante do esporte é o corredor José Marins, técnico administrativo da UnB desde 1993. A paixão pela corrida começou antes, há 35 anos. Desde então, no seu currículo estão a disputa de 35 corridas de São Silvestres seguidas, algo que o orgulha muito. “O esporte significa muito para mim. A corrida evitou que eu tomasse outros rumos na vida, como a bebida e outros vícios”, diz. Atualmente, ele participa da categoria entre 54 a 59 anos.

 

As medalhas e troféus não são foco principal de Marins, que considera a participação como o mais importante. Ao visitar a pista de atletismo, ele sempre se lembra com saudade do falecido professor Mário Cantarino, um dos grandes incentivadores do esporte na Universidade. Para José Marins, ele era mais que um excelente profissional. Era amigo. “Cantarino dava apoio não só no esporte como na vida”, diz.

 

HISTÓRIA - É também com saudosismo dos tempos áureos do esporte universitário da UnB que o aluno de Agronomia Leão da Silva, de 65 anos, se lembra de cada treino na pista de atletismo. Já são 43 anos de ligação com a Universidade, na qual cursou, por alguns semestres, Medicina e formou-se em Educação Física no final da década de 1970. As lembranças são muitas e emocionam o aluno, que esteve presente na inauguração da pista, também na década de 1970.

 

“A UnB é minha paixão. Aqui é minha casa. Tenho o maior orgulho”, conta Leão. São 43 anos de corridas por todo o Brasil, que começaram por acaso, em uma disciplina de prática desportiva. Daquele tempo, ele recorda das pistas lotadas, quando as práticas desportivas faziam parte do currículo de diversos cursos. Também do professor Mario Cantarino e de todo seu esforço para promover o atletismo. Sempre muito atuante, foi presidente da Associação Atlética da UnB.

 

Hoje, ele entende as dificuldades passadas pela Universidade, mas lamenta o estado das instalações do Centro Olímpico. Integrante do Clube de Atletismo da UnB, ele continua auxiliando corredores amadores, como Carlos Henrique e José Marins, com sua vasta experiência e conhecimentos de um educador físico.