Quando há situações de emergência em saúde pública, entra em cena a comunicação de risco, cujo objetivo é informar e conscientizar o público, especialmente quando há eclosão de alguma doença ou até epidemia. Munidas de informação, as pessoas têm subsídios para tomar de decisões. Por outro lado, uma informação falsa pode gerar pânico. Pensando em discutir essas relações, o tema Comunicação em Situação de Risco será o mote do V Encontro Internacional de Comunicação em Saúde, que acontece entre os dias 26 e 28 de março no auditório 3 da Faculdade de Ciências da Saúde (FS).
Segundo Valéria Mendonça, professora do Departamento de Saúde Coletiva (DSC) e coordenadora do evento, a temática ainda é nova e pouco discutida. Por isso, é necessário conhecer outras abordagens para aprimorar as técnicas. Voltado para profissionais de saúde e de comunicação, o encontro tem inscrições abertas até dia 18. Já a submissão de trabalhos pode ser feita até sexta-feira (16).
Em três dias de evento, pretende-se apresentar o histórico e os cenários nacional e internacional da comunicação em situação de risco, além de compreender fatores e atores que a influenciam. Aplicações e estratégias também estão na pauta. O impacto da mídia no tema também será discutido, pois é entendido como um fator que interfere diretamente na questão.
“Mídia e redes sociais seguem um modelo tradicional, em que, geralmente, não há enfoque no gerenciamento dos riscos”, observa Valéria. Segundo a docente, alguns meios de comunicação podem até piorar a situação. “Podem distorcer as mensagens e passar a sensação de insegurança, medo, perigo”, aponta.
A criação de uma cultura de gerenciamento de risco é um dos grandes desafios para a temática. De acordo com a coordenadora do evento, também é preciso trabalhar esta abordagem na perspectiva do planejamento e gestão, para orientar tomadas de decisão rápidas e precisas em saúde.
Para tratar deste assunto, haverá, no dia 27, a mesa de debate Gestão da Informação e do Conhecimento: Novas Tecnologias da Informação e Comunicação do Risco em Saúde, com representantes do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
Na quarta-feira (28), haverá relatos de experiências de Cuba, Peru e Brasil. Entre os nacionais, há o caso da comunicação de risco no Distrito Federal. O encontro é realizado pelo Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (Ecos), em parceria com a FS.