
O Hospital Universitário de Brasília (HUB) começou a realizar um procedimento capaz de diagnosticar e tratar a arritmia cardíaca, o estudo eletrofisiológico. O primeiro exame ocorreu no dia 24 de agosto, após a aquisição do aparelho chamado polígrafo, que armazena os sinais elétricos e estimula artificialmente o coração.
Segundo o chefe da Unidade Cardiovascular do HUB, Daniel França Vasconcelos, o equipamento é o mais moderno da cidade. A capacidade de atendimento inicial será de até oito procedimentos mensais. “É um exame demorado e bem especializado, que oferece a possibilidade de cura. Dessa forma, garante-se redução de mortalidade, aumento da qualidade de vida e menos idas ao consultório médico”, relata Daniel.
O HUB é o segundo hospital da rede pública do Distrito Federal a adquirir o aparelho. Agora, os pacientes podem realizar todo o tratamento na instituição, o que agiliza o atendimento e melhora a qualidade do serviço.
A arritmia ocorre quando o coração bate em uma frequência muito elevada ou muito baixa. O cardiologista arritmiologista Álvaro Sarabanda explica como funciona o exame, que é invasivo. “Fazemos uma punção em uma veia da perna, levamos um cateter que tem eletrodos na ponta, capazes de medir a atividade elétrica, e o colocamos em contato com o músculo do coração ou com o sistema que gera a atividade elétrica do órgão”. Esse cateter permite estudar o sistema elétrico e, se necessário, também fazer o tratamento, cauterizando o foco da arritmia.
“O HUB fica na vanguarda do atendimento de arritmia, tanto diagnóstico como tratamento, com um serviço de última geração para o tratamento dos pacientes”, afirma o cardiologista eletrofisiologista, Vagner Gali.
Para o superintendente Hervaldo Sampaio Carvalho, a oferta do novo serviço representa as transformações que vêm ocorrendo na instituição. “A realização do estudo eletrofisiológico e do tratamento das arritmias é inédito no HUB, o que mostra a grande mudança estrutural e tecnológica do hospital que está acontecendo em todas as áreas, sendo a cardiologia uma delas”, diz.
PRIMEIRO EXAME - Josefa da Cruz Ferreira foi a primeira a realizar o exame no HUB. Ela trabalhava como diarista, mas deixou o emprego por problemas de saúde. Há 11 anos sofre com desmaios frequentes, muitas vezes causados por arritmias.
Mas no caso dela, o estudo eletrofisiológico comprovou que Josefa não tem nenhuma alteração cardíaca. Agora, a equipe médica vai investigar outras possíveis causas para os desmaios. “Foi muito bom poder fazer esse exame aqui no HUB. É perto e eu já conheço o hospital, foi mais tranquilo”, conta.