SAÚDE

Foram captados coração, fígado, rins e córneas

Uma corrida contra o tempo que foi vivenciada pela primeira vez no Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB). A captação de órgãos de paciente falecido para transplante exige que tudo seja feito muito rápido. E a equipe do HUB precisou de agilidade e preparo nessa quarta-feira (3), quando foi realizada a primeira captação de vários órgãos de um mesmo doador na instituição. “O processo envolveu várias equipes do hospital e todos participaram com muita vontade e coragem para vencer o desafio”, explica o chefe da Unidade de Transplante do HUB, Rômulo Maroccolo.

Em junho de 2020, HUB realizou primeira captação múltipla de órgãos de doador falecido. Foto: Comunicação Ebserh

 

Desde outubro do ano passado, a equipe do HUB já realizava a captação de rim de doador falecido em outros hospitais. Dessa vez, a captação foi feita aqui no hospital e além dos rins, foram captados coração, fígado e córneas, com o apoio de profissionais de outras instituições. A captação de coração no Distrito Federal, por exemplo, antes era realizada apenas no Instituto de Cardiologia (ICDF). “Poder contar com a estrutura do HUB para captação e saber que temos mais um parceiro é um alívio para o sistema”, afirma a diretora da Central Estadual de Transplante no Distrito Federal, Joseane Vasconcellos.

Para que tudo saísse como esperado e estivesse pronto a tempo, profissionais de vários setores foram mobilizados. “Preparamos o centro cirúrgico muito rápido e vimos que estamos preparados. Conseguimos realizar esse procedimento de alta complexidade, mesmo em época de pandemia”, conta o chefe da Unidade de Bloco Cirúrgico do HUB, Júlio César Romanholo. Vanessa Reis está no primeiro ano da residência em cirurgia geral e acompanhou a captação do coração e do fígado. “Foi uma experiência enriquecedora ver de perto a complexidade que envolve a captação de órgãos”, diz Vanessa.

A enfermeira do HUB Edna Bezerra foi responsável por manter o coração em condições adequadas para o transplante durante o procedimento. “Meu sentimento é de gratidão por participar desse momento tão importante”, afirma. “Agradeço por participar da cirurgia e acredito que o HUB tem condições de ajudar o sistema de saúde e aumentar a disponibilidade de órgãos para transplante em Brasília”, completa o cirurgião cardíaco do HUB Marcus Vinícius Santos, que também participou do procedimento.

RESULTADOS Os órgãos captados devem beneficiar até seis pessoas e foram destinados aos pacientes selecionados, de acordo com a fila e critérios para cada órgão. Coração e fígado já estão funcionando em outras pessoas, que com certeza agradecem pela doação. Os rins e as córneas também foram encaminhados para transplante. Além da parte relacionada à captação e implante dos órgãos, a Central Estadual é responsável por conversar com as famílias sobre a possibilidade da doação nos casos de morte encefálica. “Trabalhamos com muita sensibilidade e transparência, é a família que permite que todo o processo aconteça e vidas sejam salvas”, garante a diretora da Central de Transplante, Joseane Vasconcellos.

O HUB realiza transplante de rim e córnea. O serviço foi inaugurado em 2006 com o transplante renal. Ao todo, já foram feitas 318 cirurgias. Em 2008, o hospital passou a realizar também o transplante de córnea e já fez 756 procedimentos.

 

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