SUSTENTABILIDADE

Coleta e destinação correta para os materiais dependem do cadastro de laboratórios e unidades no site da Comissão de Resíduos Perigosos

Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB


Quase 45 toneladas de resíduos biológicos e outras cinco toneladas de resíduos químicos foram coletadas pela Comissão de Gerenciamento, Tratamento e Destinação de Resíduos Perigosos da Universidade de Brasília durante todo o ano de 2015. Além desse material, foram coletadas e destinadas também 18.443 lâmpadas fluorescentes no mesmo período. Ao todo, em 2015, foram realizadas 385 coletas de resíduos e lâmpadas fluorescentes, oriundos dos 101 laboratórios cadastrados no sistema.

 

Para solicitar o recolhimento e a destinação de resíduos químicos, biológicos ou radioativos na UnB, é necessário cadastrar o laboratório ou unidade no site da Comissão. O primeiro passo é preencher o formulário de registro e, na sequência, acessar a aba de downloads, onde estão as orientações sobre os procedimentos de embalagem e identificação dos resíduos. “Disponibilizamos os exemplos do que fazer e do que não fazer. Antigamente, vinha tudo misturado e sem a identificação correta, mas isso já mudou muito”, relembra o químico Eduardo Pereira.


Ele ressalta que, quando o resíduo não vem corretamente identificado nas etiquetas próprias, o custo para a Universidade quadruplica ao enviar o material para a empresa de tratamento. “O resíduo que mandamos identificado custa cerca de três reais por quilo. O não identificado custa em torno de R$ 12. Quando se trabalha com toneladas de resíduos, é só multiplicar pra ver o alto custo. Isso ocorre porque, nesse caso, a empresa que recolhe o material tem de fazer uma série de análises para descobrir do que se trata e dar a destinação correta.”


No site, portanto, está toda a instrução sobre como o gerador deve proceder para enviar os resíduos. Após se cadastrar e embalá-los de acordo com as normas, basta solicitar o serviço, e a comissão se organiza para fazer a coleta. “Salientamos que o ideal é que as pessoas não acumulem muito resíduo dentro do laboratório. De três a cinco caixas conseguimos coletar rápido. Mas se passa muito disso, não temos como coletar de uma vez, pois nosso veículo é pequeno e tentamos atender ao máximo de laboratórios”, reforça Pereira.


“Outra questão importante é quanto ao tamanho das caixas. Solicitamos que utilizem as mesmas em que vêm os reagentes, pois facilita até pra organizar no depósito da UnB. E também pedimos que não coloquem muitos resíduos ou materiais grandes em caixa de papelão, pois ela pode rasgar e ferir alguém da equipe de coleta. Quando os resíduos ficam muito acumulados, há risco para nós, no transporte do material, e para o laboratório, enquanto eles estiverem lá, pois podem ainda estar reagindo e apresentar reações não esperadas, o que pode causar algum acidente”, alerta o químico.


Além do químico Eduardo Pereira, a Comissão é formada pela professora do Instituto de Ciências Biológicas Élida Geralda Campos e pelo técnico de laboratório Noberto Frota. “Estamos aguardando a contratação de três coletadores. No momento, o Eduardo e o Noberto executam o serviço de atendimento aos geradores e recebimento dos resíduos. Esperamos que a situação se regularize o mais rápido possível”, afirma a professora, que cuida da parte de resíduos radioativos.


COMISSÃO – Na UnB, a questão começou a ser tratada em 1994, quando se criou uma comissão para efetuar diagnóstico dos resíduos perigosos da instituição. No seu relatório, foi indicada a necessidade de um órgão dentro da UnB que seria responsável pela parte de gerenciamento. A Comissão de Gerenciamento, Tratamento e Destinação de Resíduos Perigosos da UnB, com a atuação e a formatação atuais, surgiu em 2008.

 

TREINAMENTO – Com o objetivo de auxiliar a comunidade dos campi da UnB no manejo de forma adequada dos resíduos perigosos gerados nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, a comissão realiza capacitações ao longo do ano – a última foi dia 24. Os treinamentos são voltados para as pessoas que estão envolvidas em atividades que geram resíduos perigosos e abertos à comunidade acadêmica. São abordados temas como a melhor forma de segregar, embalar, e acondicionar tais resíduos antes de encaminhá-los à comissão.