A reitora Márcia Abrahão foi agraciada, na manhã desta terça-feira (26), com o Prêmio Bertha Lutz, entregue anualmente pela bancada feminina do Senado Federal a mulheres que tenham contribuído para a defesa de direitos e o empoderamento feminino na sociedade. Ela é a primeira reitora agraciada pela honraria, que existe desde 2002.
![](/images/Noticias/2019/03-Mar/26mar2019_senado_lgprado_03.jpg)
“Nós, mulheres, somos maioria na comunidade universitária, mas, infelizmente, minoria em cargos de gestão”, lembrou Márcia, na cerimônia. “Gostaria de partilhar esse reconhecimento com minhas colegas reitoras, geólogas, cientistas de várias áreas e com as decanas da UnB – onde há, pela primeira vez, mais mulheres do que homens na liderança dos decanatos”, destacou.
Para Márcia, o reconhecimento é resultado, também, da visibilidade e da excelência da UnB e da atuação de toda a comunidade acadêmica. Ela endereçou uma mensagem especial para as jovens universitárias: “Às meninas que acabaram de ingressar no ensino superior ou que desejam fazê-lo em breve, um recado: não abram mão de seus sonhos. Vocês podem ser tudo o que quiserem.”
A reitora foi indicada pela senadora Leila Barros, que também homenageou a tenista brasileira Maria Esther Bueno, falecida no ano passado. Além delas, outras 21 mulheres receberam a honraria, entre advogadas, políticas e musicistas – além de mulheres como Leiliane Rafael, a vendedora ambulante que salvou a vida do motorista do caminhão atingido pelo helicóptero onde estava o jornalista Ricardo Boechat.
O diploma foi criado em referência à bióloga e cientista Bertha Lutz, uma das pioneiras na defesa dos direitos políticos de mulheres no país. Bertha foi a única mulher a integrar a missão diplomática brasileira para a fundação da ONU e teve papel fundamental para garantir que a igualdade entre homens e mulheres aparecesse textualmente no preâmbulo da Carta das Nações Unidas.
LUTA – Outra agraciada na cerimônia desta terça foi a pequena Laissa Poliana Vasconcelos, 12 anos. Portadora de Atrofia Muscular Espinhal (AME), ela emocionou o Plenário do Senado ao falar sobre a descoberta da doença, rara e degenerativa. “Este dia ficará marcado por toda minha vida e me fará continuar lutando. Sinto-me viva, forte e preparada para ajudar a construir o Brasil do futuro”, disse a menina, conhecida como Laissa Guerreira.
A viúva de Marielle Franco, Mônica Benício, recebeu o prêmio em nome da vereadora, executada há um ano. “Marielle, assim como Bertha (Lutz), era uma mulher combativa, que lutava pelo direito das mulheres. Tê-la reconhecida nesta casa é muito significativo”, frisou.
Único homem laureado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto recebeu a comenda pela atuação para efetivação da Lei Maria da Penha. Ele defendeu que reformas institucionais, como a da Previdência, não causem um retrocesso para as mulheres.
Também nesta terça, a reitora foi homenageada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal e pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). Em cerimônia no Cine Brasília, ela fez jus à premiação Mulheres expoentes: tecnologia, ética e transparência.