Na tarde de quarta-feira, 10 de junho, a Universidade de Brasília conheceu o seu 64º Professor Emérito. O título, concedido aos docentes aposentados na UnB que atingem posições de destaque em atividades universitárias, foi concedido ao engenheiro eletricista Carlos Lisboa, um dos fundadores do Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Tecnologia (FT). Na cerimônia, o reitor José Geraldo de Sousa Junior também homenageou os servidores da FT Cícero Evimarde, Maria Williani e Valdelice Leite com o Mérito Universitário, honraria entregue pelos serviços relevantes prestados à comunidade universitária.
A história de Lisboa na UnB começou há 42 anos. Em fevereiro de 1967, ele deixou o Rio de Janeiro para ajudar a fundar o Departamento de Engenharia Elétrica na recém inaugurada FT. Na universidade, ele fez grandes amigos, aprendeu, ensinou e chegou ser preso na invasão de policiais no campus durante a ditadura militar, em 1968. “Grande parte da minha vida está aqui. Fico honrado com a homenagem”, afirmou. O professor, que ministrou as disciplinas Circuitos Elétricos I, II e III, dedicou o discurso emocionado aos professores que teve, da escola ao pós-doutorado no exterior.
Conhecido como “caríssimo”, pelo carisma dedicado aos colegas e alunos, Carlos Lisboa deixou discípulos na UnB. O professor do departamento e responsável pelo discurso em homenagem ao docente, Antônio José Ribeiro, refere-se à Lisboa como “mestre”. “Lembro-me dele, ainda na década de 1960, 1970 com o inseparável jaleco branco, as canetas cuidadosamente dispostas no bolso. O quadro negro, ele transformava em verdadeiras obras de arte. Nos fazia pensar”, comentou Antônio, que estava entre os cinco formandos da primeira turma graduada pelo homenageado no departamento.
Depois da homenagem, começaram os depoimentos para os servidores da Faculdade de Tecnologia. “A UnB é formada pelas pessoas que a acompanham. A qualidade delas é que determina a grandeza ou o fracasso da universidade”, declarou o professor José Camargo da Costa, diante dos convidados. Costa se referia aos serviços prestados pela assistente da diretoria da FT e amiga, Valdelice, que não escondeu a emoção. Em seguida, foi a vez de o técnico Cícero ouvir as palavras do professor Silmar Alves em sua homenagem.
“As dezenas de homenagens ao Cícero, prestadas semestre após semestre pelos alunos durante as colações de grau, são a prova da importância dele no laboratório da FT”, comentou Silmar durante o discurso, acompanhado atentamente pela família de Cícero. Por fim, a servidora aposentada do Departamento de Engenharia Elétrica Maria não conteve as lágrimas ao ouvir a declaração do irmão, e também servidor da UnB, José da Silva. “Há mais de 30 anos, ela chegou aqui e nunca perdeu a humildade e a sensibilidade que carregou durante essas três décadas de dedicação à universidade”, disse.