Pioneira da botânica na Universidade de Brasília, a professora Therezinha Paviani inspirou gerações de estudantes e professores em direção ao amor à ciência. Mais do que isso, ela esteve entre os idealizadores e fundadores do Departamento de Botânica da UnB e da pós-graduação na área. Em reconhecimento a essa trajetória, Therezinha, 80 anos, recebeu o título de professora emérita nesta sexta-feira, 7 de janeiro. A cerimônia foi realizada em sua residência no Lago Sul com a presença do reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Sousa Junior, colegas de profissão e familiares.
O professor de geografia da UnB e marido de Therezinha, Aldo Paviani, destacou o mérito da entrega do título. “Nossa dedicação era exclusiva à Universidade. Empenhamos muitos fins de semana e feriados à pesquisa e preparação de aulas”. A atual diretora do Instituto de Biologia, Sônia Bao, relembrou a atuação de Therezinha. “Encontrávamos ela todos os dias no laboratório de biologia vegetal. É incontestável a outorga desse título pela importância dela na formação dos professores que atualmente fazem parte do Instituto de Biologia”, afirma.
A aprovação da entrega do título pelo Conselho Universitário (Consuni) aconteceu em 2005. A cerimônia foi adiada por causa de problemas de saúde da professora, que é portadora da doença de Mal de Parkinson, diagnosticada há 18 anos. “Quando eu cheguei o laboratório de botânica era apenas um pequeno espaço na antiga biblioteca. Vi o departamento crescer em quantidade e qualidade. Hoje ele é composto por um valoroso quadro de pesquisadores”, disse Therezinha. “O título de professor emérito é direcionado ao docente que continua a elevar o nome da Universidade mesmo depois da aposentadoria”, destacou o reitor José Geraldo de Sousa Junior.
A professora Dalva Graciano, do departamento de botânica, ressaltou a importância do legado de Therezinha. “A inspiração para seguir a botânica veio quando fui aluna da professora. Até hoje lembro dela quando vou a campo. Ela conseguiu nos passar também a vontade de ensinar”, elogia. Sueli Gomes, também professora da botânica, destacou o pioneirismo das pesquisas desenvolvidas pela professora. “Quando ninguém pensava em estudar o Cerrado, ela abraçou a pesquisa”.
PIONEIRA – Gaúcha de Santa Maria, a professora está na UnB desde 1969, quando foi requisitada para exercer o cargo de professor colaborador. É parte do quadro da Universidade desde 1975. Ao longo da carreira, publicou 20 artigos científicos em revistas indexadas e 25 resumos em congressos. Esteve, ainda, durante mais de 20 anos a frente do laboratório de anatomia vegetal. Aposentou-se em 1994, mas levou adiante a pesquisa no departamento e a participação no colegiado da pós-graduação. “Nas memórias ela é sempre vista como pioneira. Isso mostra o quanto o perfil dela é digno desta honraria”, destacou o reitor José Geraldo.