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Ainda não há um balanço sobre a adesão ao movimento. Atividades letivas seguem normalmente

 

Nesta terça-feira (24), funcionários de empresas que prestam serviços à UnB decidiram deflagrar greve geral. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), 493 pessoas participaram da assembleia que decidiu pela paralisação. Ainda não há um balanço sobre a adesão ao movimento.

A pauta de reivindicações inclui a não demissão de terceirizados e estagiários, além de uma posição contra os cortes orçamentários impostos pelo governo federal às universidades públicas. A UnB vem passando por uma grave crise orçamentária desde o ano passado, quando o repasse de verbas para despesas de manutenção sofreu um corte de cerca de 45%. Este ano, o déficit previsto é de R$ 92 milhões.

O Sindiserviços – entidade que representa os terceirizados – informou, em nota, que funcionários de limpeza, portaria, vigilância, jardinagem e alvenaria, entre outas áreas, aderiram à greve. De acordo com o diretor de Comunicação e Imprensa do Sindiserviços, Antonio de Pádua, cerca de 40 trabalhadores receberam aviso prévio e devem ser desligados em maio.

A UnB iniciou a negociação com as empresas prestadoras de serviços em março, mas as tratativas ainda não foram concluídas. Esta semana, o Sinftfub apresentou uma proposta alternativa para redução do valor do contrato de limpeza – proposta que evitaria demissões. O documento está passando por análise técnica e jurídica.

SERVIÇOS – O diretor de Terceirização da UnB, Júlio Versiani, disse que ainda não é possível avaliar os possíveis impactos da greve. “Os fiscais das atividades, que são servidores da UnB, precisam apresentar um relatório de conformidade do serviço. Em caso de não cumprimento das funções acordadas, o contrato prevê advertência, multa e até o impedimento da empresa terceirizada de disputar licitação na administração pública”, explica.

Versiani reitera que, caso os locais de trabalho estejam fechados pelo movimento grevista ou estudantil, os terceirizados devem procurar seus prepostos e comunicar a impossibilidade de realizar o serviço. Dessa forma, o trabalhador será orientado sobre os procedimentos, e a Diretoria de Terceirização também será comunicada.

Devido à greve, a Biblioteca Central (BCE) está fechada para atendimento ao público desde quarta-feira (25). A Secretaria de Administração Acadêmica (SAA) segue recebendo demandas nos postos avançados, pois os serviços na Reitoria estão interrompidos desde a ocupação do prédio, no último dia 12. As atividades letivas não foram afetadas.

TRANSPARÊNCIA – Desde o ano passado, a UnB vem expondo as dificuldades orçamentárias e financeiras – em apresentações públicas, entrevistas e eventos, dentro e fora da instituição. As despesas de manutenção somam, este ano, R$ 214 milhões, para uma verba de R$ 137 milhões.

Para enfrentar esse cenário, a administração trabalha em duas frentes: aumento de receita e redução de despesas. Em relação ao primeiro aspecto, espera atingir um incremento de receita da ordem de R$ 50,8 milhões, incluindo eventuais remanejamentos orçamentários.

Na parte de redução e despesas, estão previstas repactuações com as empresas prestadoras de serviços, mudança na política de subsídios ao Restaurante Universitário e descentralização dos contratos de estágio.

Os desligamentos de estagiários que ocorreriam, de ofício, a partir de 30 de abril, foram suspensos, para que seja feita uma avaliação sobre como essa mão de obra será absorvida pelas unidades acadêmicas. Até então, os contratos de estágio eram mantidos com o orçamento geral da UnB.

Além dessa análise, a administração está estudando a adoção de programas de treinamento profissional, por meio de editais de bolsas a serem concedidas pelos decanatos ou unidades acadêmicas.

ESTUDANTES – Na terça-feira (24), cerca de 600 alunos se reuniram para discutir proposta de greve estudantil, também motivada pela crise. A maioria dos presentes decidiu por nova votação, em assembleia marcada para 2 de maio, após os centros acadêmicos avaliarem os resultados do Ato em Defesa da Educação, convocado pelos estudantes para esta quinta (26), no Ministério da Educação.

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