Concretizar caminhos para a internacionalização no âmbito acadêmico é tarefa à qual pesquisadores e gestores do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) têm se dedicado com maior ênfase nos últimos anos. Recentes resultados desses esforços estão sendo apresentados durante o Seminário Internacional de Desenvolvimento, Democracia e Direitos Humanos: Diálogos e Cooperação Internacional. Parte das comemorações dos 33 anos do Ceam, o evento teve início nesta segunda-feira (25), com atividades no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo).
Uma das estratégias encabeçadas pelo centro para a promoção da internacionalização é o estabelecimento de convênios com instituições do exterior para intercâmbio e cooperação acadêmica, no âmbito de seus programas de pós-graduação. Perspectivas de novas parcerias e acordos a ser assinados estão em discussão no seminário, que estende a programação até terça-feira (26).
A diretora do centro, Maria Lúcia Leal, frisou, durante a abertura, a importância de iniciativas para materializar as ações, mas também para contribuir na execução do Plano de Internacionalização da UnB. Elaborado em 2018, o documento traça diretrizes e objetivos para a fortalecer o processo na instituição, nos próximos anos.
“Este seminário pretende aprofundar política e academicamente as linhas de pesquisa, construir acordos internacionais e desenvolver ações práticas. Sairemos daqui mais unidos, articulados e integrados para viabilizar o projeto de internacionalização da Universidade”, salientou.
Maria Lúcia Leal acredita que tal perspectiva se conecta a um dos pilares de atuação do Ceam: “Um de nossos objetivos é exatamente construir esse diálogo entre a universidade e outras instituições nacionais e internacionais, também com a sociedade civil, o poder público e o setor produtivo”.
A reitora Márcia Abrahão lembrou alguns dos êxitos já alcançados pela Universidade desde o lançamento do Plano de Internacionalização. Destacou a participação no Programa Institucional de Internacionalização (PrInt) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o convite para integrar a Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM). Formado por instituições de ensino de seis países sul-americanos, o grupo busca promover a integração regional por meio da cooperação acadêmica.
Para além das conquistas, a reitora acredita ser fundamental o engajamento da comunidade acadêmica a fim de que projetos e parcerias se consolidem. “Internacionalizar não é só assinar acordos. É fazermos pesquisa integrada com nossos parceiros internacionais, trazermos estudantes e docentes estrangeiros e levar nossa comunidade para o exterior”, defendeu.
“Isso traz benefícios para nossos programas, pois melhoramos nossas notas na avaliação da Capes. Mais do que isso, aumentamos nossa solidariedade com os vizinhos da América Latina”, completou, elencando como meta para os próximos anos tornar a UnB a universidade brasileira que mais atrai estrangeiros.
EM VOGA – Até terça-feira (26), pesquisadores brasileiros e de países da América Latina, Europa e África também dialogam sobre temas da atualidade que estão em consonância com áreas de abrangência do Ceam. O embaixador da Guatemala e membro do Instituto de Relaciones Internacionales e Investigaciones para la Paz, Luiz Alberto Padilla Menendez, e o professor da Universidad Nacional de Lanús, na Argentina, Juan Marcelo Gullo, estão entre os convidados. Desenvolvimento sustentável, globalização e desigualdade social, integração energética, direitos dos povos originários e equidade de gênero na educação são alguns dos assuntos em destaque na programação.
Os tópicos também perpassam algumas das ações para integração internacional a ser firmadas pelo Ceam durante o seminário. Uma delas envolve um acordo de cooperação com o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Santiago do Chile para o desenvolvimento de pesquisas em áreas em comum, além da promoção de intercâmbio de estudantes e docentes.
Há ainda a previsão de futura criação de um curso de especialização em planejamento energético, sob coordenação da UnB e com participação de instituições de países latino-americanos, para formar especialistas na área, em nível internacional.